Obras de duplicação da linha férrea de Ressano Garcia concluídas até Março
As obras de duplicação da linha férrea de Ressano Garcia, que liga o Porto de Maputo e a região fronteiriça de Moamba, na província meridional moçambicana de Maputo, serão concluídas até Março do próximo ano.
Os trabalhos, iniciados este ano, compreendem a construção de uma segunda linha a partir de Matola-Gare, no município da Matola, até à região de Secogene, na Moamba.
Fonte do Conselho de Administração da Empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) assegurou ao “Notícias” que, com a realização destes trabalhos, a empresa espera erguer três pontes com cerca de 80 metros cada para conferir maior segurança e capacidade à linha.
Sem revelar os montantes envolvidos na construção da linha, a fonte referiu que o trabalho em curso elevará a capacidade da linha de Ressano Garcia de 15 para cerca de 20 milhões de toneladas por ano.
Nos últimos anos, a empresa CFM tem concentrado grandes investimentos não apenas no melhoramento das infra-estruturas, como também na aquisição de meios circulantes com vista a elevar a capacidade de escoamento dos diversos tipos de carga que demandam os portos moçambicanos.
Foi assim que, recentemente, a companhia ferroviária anunciou a aquisição de 300 vagões, 100 dos quais destinados ao sistema ferroviário centro, onde a empresa se preparava para responder à demanda, em termos de transporte de trigo para o Malawi e do carvão mineral da Vulcan, em Moatize, em Tete.
Já no sistema ferroviário sul, onde foram alocados os restantes vagões recém- adquiridos, a firma pretendia responder às necessidades, sobretudo na linha de Goba, que liga o Porto de Maputo ao vizinho Eswatini.
Este ano, a empresa CFM e a sua congénere de Eswatini assinaram um acordo para a remoção de fronteiras ferroviárias, o que permite que as locomotivas dos dois países circulem sem necessidade de troca nas fronteiras.
Outro acordo importante que forçou a empresa a reposicionar os meios circulantes é relativo ao transporte de carvão mineral do Botswana para o Porto de Maputo.
Numa primeira fase, os meios circulantes usados para esta logística eram apenas do Botswana, mas segundo explicou a fonte dos CFM, a companhia moçambicana viu neste acordo uma oportunidade para incrementar a sua capacidade de transporte.“Portanto, para além destes, estamos a investir noutros meios como, por exemplo, vagões plataforma porque queremos conquistar o transporte de contentores, tanto no Sul, como no Centro. Estamos também a pensar no escoamento de combustível para a região de Mphumalanga, na África do Sul”, disse a fonte.