Angolano preso em Maputo é o segundo “barão da droga” encontrado no País em três anos

O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) deteve, na quinta-feira, um homem procurado desde 2019 pelas autoridades angolanas por tráfico internacional de droga.

Dezembro 28, 2023 - 02:07
Junho 20, 2024 - 11:52
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Angolano preso em Maputo é o segundo “barão da droga” encontrado no País em três anos

O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) deteve, na quinta-feira, um homem procurado desde 2019 pelas autoridades angolanas por tráfico internacional de droga.   

O homem de nacionalidade angolana, de 51 anos, foi detido em Maputo,  depois de fugir do seu país em Setembro de 2019.  É o segundo barão da droga encontrado em Maputo num espaço de três anos.  

Em 13 de Abril de 2020, o SERNIC deteve, em Maputo, um dos traficantes mais perigosos do Brasil: Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como “Fuminho”. As detenções reforça a posição de Moçambique como um dos principais pontos de chegada, trânsito e consumo de droga que vem do Brasil e outros países da América do Sul, e da Ásia. 

“Cumpria uma sentença transitada em julgado no ano de 2017, a uma pena de prisão maior de 10 anos pela prática do crime de tráfico internacional de estupefacientes", lê-se numa nota do SERNIC, a que a Torre teve acesso.     

Segundo as autoridades, o detido apresentava vários documentos de identificação, entre os quais o de Moçambique, Brasil, Namíbia e Seicheles, com nomes diferentes do registo de Angola e, em outros, com a fotografia também diferente.      

A acção também poderá configurar a "prática do crime de falsificação de documentos", alertou o SERNIC, referindo que o caso seguirá os trâmites legais visando a extradição do homem.   

A detenção do barão angolano acontece três anos depois da detenção em 13 de Abril, em Maputo, de um dos traficantes mais perigosos do Brasil: Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como “Fuminho”.

 

O facto reforça a posição de Moçambique como ponto de chegada, trânsito e consumo de droga, maioritariamente vinda do Brasil e de alguns países da Ásia, segundo trabalhos de pesquisadores nacionais e estrangeiros.  

Um empresário influente ligado ao partido Frelimo foi apontado em 2010 pelos  Estados Unidos da América como barão da droga. Trata-se de Momade Bachir Sulemane. 

Um deputado da bancada parlamentar da Frelimo, com assento na Comissão Permanente, é apontado como barão da droga. A informação foi despoletada a seguir a seguir à detenção de um professor e um militar por envolvimento no tráfico de drogas em Macuse. 

O militar é proprietário de duas embarcações a motor frequentemente envolvidas em operações de transbordo de droga do alto mar para o porto de Macuse, a partir de navios que circulam no Canal de Moçambique. O transbordo de droga em pequenas embarcações é uma das formas de chegada de droga. Outra droga entra por via do Porto de Nacala, obviamente, disfarçada. 

Lembre-se que sobre Macuse, o militar foi condenado e o professor inocentado. Nunca se chegou aos donos da droga.  

Há um sentimento de que o negócio da droga prospera graças ao envolvimento de elites ligadas ao partido que controla o Estado: a Frelimo.

TORRE