Em Cabo Delgado: Intensificação dos ataques obriga FDS e tropa ruandesa a redefinirem abordagem aos terroristas

O Comandante-geral das Forças Armadas de Moçambique (FADM), Demiral Mangrasse, manteve encontro ontem com o comandante das Forças de Segurança de Ruanda (RSF) Maj Gen Emmy Ruvusha, para discutir as operações no teatro operacional norte, na província de Cabo Delgado, num contexto em que os ataques dos terroristas se intensificaram.

Novembro 22, 2024 - 18:28
Novembro 29, 2024 - 09:20
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Em Cabo Delgado: Intensificação dos ataques obriga FDS e tropa ruandesa a redefinirem abordagem aos terroristas

A informação foi avançada pela imprensa ruandesa “The New Times Rwanda”, em que o órgão faz menção a um aludido encontro entre os comandantes das partes, visando concertar sinergias nos esforços de restauração da paz e estabilidade na região norte do país, afectado pelo terrorismo desde Outubro de 2017. 

“A discussão do encontro focou-se nas operações conjuntas para expulsar os terroristas na província de Cabo Delgado” lê-se na publicação de ontem. 

Essa concertação entre os comandos, ocorre numa altura em que, há rumores de que no domingo último os insurgentes assassinaram pelo menos 18 pessoas, entre membros da milícia local “Naparamas” e civis, na aldeia de Nacuale, no distrito de Ancuabe. 

Informações dão conta que, os civis foram mortos no início da noite na aldeia de Nacuale, enquanto participavam de uma cerimónia tradicional alusiva aos ritos de iniciação. No mesmo dia, os terroristas destruíram um centro de saúde local e queimaram várias casas da população.

Referir que União Europeia (UE) anunciou em Bruxelas, um novo apoio financeiro de 20 milhões de euros às Forças de Defesa do Ruanda (RDF), destacadas em Cabo Delgado, Moçambique. O financiamento, proveniente do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz (EPF), destina-se a reforçar a capacidade das tropas ruandesas no combate ao terrorismo que afecta a região desde 2017.

Este montante adicional complementa os 20 milhões de euros concedidos em Dezembro de 2022 para sustentar o destacamento das forças ruandesas. A UE considera a intervenção do Ruanda, iniciada em Julho de 2021 a pedido do governo moçambicano, essencial para conter a insurgência ligada ao Estado Islâmico, facilitar o retorno de deslocados e garantir a segurança de actividades económicas críticas na região.