Central Térmica de Temane regista progressos apesar dos impactos dos ciclones freddy e filipo

As obras de construção da Central Térmica de Temane (CTT), com uma capacidade instalada para a produção de 450 Megawatts de energia eléctrica, na província meridional de Inhambane, em Moçambique, registam progressos apesar dos impactos negativos dos ciclones Freddy e depressão tropical Filipo nos últimos meses.

Maio 8, 2024 - 00:12
Maio 29, 2024 - 22:24
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Central Térmica de Temane regista progressos apesar dos impactos dos ciclones freddy e filipo
CTT

O ciclone Freddy ocorreu no ano passado e a depressão tropical Filipo atingiu a província de Inhambane este ano, inundando por completo o local onde decorrem as obras.

 

Os constrangimentos foram prontamente ultrapassados e os trabalhos decorrem a ritmo acelerado para recuperar o tempo perdido com vista a cumprir os prazos do comissionamento agendado para terceiro semestre deste ano.

 

O nível de execução das obras faz crer que o comissionamento, testes dos equipamentos instalados e de interligação a rede, não sofra alteração, factor que irá permitir que o empreendimento arranque com a fase de operação plena entre finais de 2024 e início de 2025 de acordo com o plano do projecto e as perspectivas do Governo moçambicano.

 

A garantia foi dada hoje, em entrevista à AIM por Samir Salé, director de Desenvolvimento e Negócios da GLOBELEQ, entidade que realiza investimentos no sector de geração de energia em Moçambique, assegurando que o grau de execução do projecto, orçado em 650 milhões de dólares, é de 75 por cento.

 

“O projecto está a correr relativamente bem. Fomos assolados por dois ciclones que causaram algum impacto no progresso das obras, mas estamos a trabalhar com o nosso empreiteiro e com a Electricidade de Moçambique para recuperar o máximo do tempo possível”, disse Samir Salé, representante da entidade executora do projecto.

 

“Estamos neste momento a trabalhar no escopo mecânico e eléctrico, estamos a integrar todas as turbinas de geração a gás e a turbina a vapor. Estamos também a finalizar o escopo eléctrico de ligação dessas turbinas a rede. Depois disso começa a fase de testes mecânicos e dos ciclos de vapor”, acrescentou.

 

Refira-se que o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou recentemente que a CTT é o maior projecto de geração de energia pós-independência, podendo elevar a infra-estrutura de electricidade para outros patamares.

 

O projecto inclui uma linha de transmissão de energia com uma extensão de mais de 500 quilómetros, podendo abranger 1,5 milhões de agregados familiares no âmbito do Programa de Acesso Universal à Energia, até 2030.

 

Trata-se da primeira central à gás desta dimensão, que vai produzir energia limpa, factor importante particularmente numa fase em que Moçambique estabelece as balizas para a sua Estratégia de Transição Energética.

 

A CTT é detida em 85% pela Mozambique Power Invest (MPI) e 15% pela Sasol África, onde a MPI é propriedade da Globeleq (76%) e da EDM (24%).