Crescimento económico Moçambicano refém do sucesso dos Mega Projectos de Gás

O Governo de Moçambique estima que a economia do país poderá registar um crescimento anual na ordem dos 10% até 2030, contanto que os grandes projectos de gás natural liquefeito (GNL) estejam plenamente operacionais.

Fevereiro 22, 2024 - 18:39
Maio 29, 2024 - 23:09
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Crescimento económico Moçambicano refém do sucesso dos Mega Projectos de Gás

Esta previsão surge num contexto de recuperação económica pós-pandemia, após uma queda significativa do crescimento de 2,3% em 2019 para -1,1% em 2020, devido aos impactos globais da Covid-19. 

 

O país já mostra sinais de recuperação, com um crescimento de 4,15% em 2022 e expectativas de alcançar 5,56% em 2023, projectando-se um aumento progressivo até 8,5% em 2028.

 

Contudo, o avanço destas previsões está intrinsecamente ligado à evolução de dois grandes projectos de GNL, actualmente paralisados. 

 

A TotalEnergies, gigante no sector de petróleo e gás, suspendeu as actividades no seu projecto em Abril de 2021, face a ataques de terroristas islâmicos em Palma, embora recentemente tenha manifestado interesse em retomar as operações na Área 1 da Bacia do Rovuma, condicionado a uma melhoria das condições de segurança. 

 

Paralelamente, a ExxonMobil, em colaboração com a Eni, pondera a sua participação na Área 4, ainda sem uma Decisão Final de Investimento anunciada.

 

Destaca-se ainda um terceiro projecto na Área 4, já em funcionamento desde Novembro de 2022, com uma capacidade de produção de 3,4 milhões de toneladas anuais de GNL, contribuindo para o potencial produtivo total de cerca de 31,5 milhões de toneladas por ano, quando consideramos os três projectos em plena operação.

 

Segundo a consultora financeira americana Deloitte, as reservas de gás natural de Moçambique podem representar uma receita potencial de 100 mil milhões de dólares, posicionando o país como um dos dez maiores produtores mundiais de gás e responsável por 20% da produção africana até 2040. 

 

Esta perspectiva, contudo, permanece dependente da estabilidade e segurança na região, sem as quais projectos como o da TotalEnergies e da ExxonMobil poderão não avançar.