Marinheiros russos retidos sem água nem comida no porto de Maputo colocam cartaz a pedir regresso a casa

Marinheiros retidos já há meses no porto de Maputo colocaram, ontem (25) um cartaz no casco do navio pesqueiro "Volopas", pedindo o regresso a casa.

Janeiro 26, 2024 - 15:56
Junho 12, 2024 - 15:28
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Marinheiros russos retidos sem água nem comida no porto de Maputo colocam cartaz a pedir regresso a casa

O navio composto por cinco tripulantes, entre russos, ucranianos e um lituano mostram-se cansados pela situação e decidiram manifestar através de um cartaz.

A situação foi constatada pela imprensa internacional, durante uma visita ao porto de Maputo, visível no exterior do navio, de bandeira dos Camarões, em que a tripulação se queixa de não ter passaportes ou de não os "mandarem para casa".

"Por favor espalhem o nosso apelo", lê-se ainda no cartaz. 

Constatou-se, igualmente, que os cinco tripulantes passaram parte da manhã nos serviços de migração da área portuária, mas recusaram prestar qualquer declaração, regressando ao navio, onde vivem há meses em condições precárias.

Em causa da retenção do do navio pesqueiro de investigação científica, está uma dívida acumulada de 400 mil dólares em oito meses no porto de Maputo.

Num pedido de assistência jurídica que o INTRANSMAR, autoridade reguladora do transporte marítimo, enviou em 09 de Janeiro ao Tribunal Marítimo de Maputo, são reconhecidas as condições precárias.

O ITRANSMAR "reconhece as condições precárias em que os tripulantes vivem a bordo" e pede "que se encontrem mecanismos para a melhoria das condições de vida a bordo", nomeadamente o seu desembarque, mas tendo em atenção que "devem respeitar as disposições" legais, nomeadamente a tripulação mínima para operar o navio, que é o que acontece actualmente.

Numa nota do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, divulgada no Domingo pela agência estatal RIA Novosti, e citada pela Lusa, refere-se que há cinco pessoas no navio de pesca "Volopas", de 53 metros de comprimento, já sem combustível ou eletricidade, que duas delas, incluindo o capitão, são russas, e relatando que a tripulação apenas tem comida uma vez por dia. 

Acrescenta-se que a tripulação russa transmitiu o desejo de regressar ao seu país e que a Embaixada da Rússia em Moçambique "recorreu imediatamente às autoridades locais para obter assistência".