Ministro da Defesa denuncia ambições ocultas por detrás do terrorismo em Moçambique
O Ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, diz haver ambições ocultas por detrás do terrorismo que pretende se instalar em Moçambique e com o risco de transbordar para a região da África Austral.
Chume denunciou o facto hoje, em Maputo, no encerramento da Reunião Ministerial da XII Sessão da Comissão Conjunta Permanente de Defesa e segurança (CCPDS) Moçambique-Zâmbia.
“Moçambique não vaticina permitir e, nem vai permitir, que tal ocorra, à semelhança do que fizemos no passado com o colonialismo, que pretendia se instalar e florescer. Será com mesmo vigor e ímpeto, que iremos combater o terrorismo, centímetro à centímetro no nosso solo pátrio”, frisou.
Por isso, Chume fez um apelo vigoroso dirigido aos que estão a financiar os terroristas para parem de o fazer, bem como aqueles que se estão a deixar instrumentalizar, para que voltem e se entreguem a Forças de Defesa e Segurança, sejam eles cidadãos nacionais ou estrangeiras.
Para garantir o sucesso, defende a necessidade a união de mecanismos de combate ao terrorismo, para livrar a região deste fenómeno.
Na abertura do evento, o ministro moçambicano recordou que a reunião surge numa altura em que os Estados testemunham a actual conjuntura internacional caracterizada por conflitos armados que, diariamente, ceifam vidas humanas e destroem infra-estruturas, criando instabilidade política e retrocesso económico com impacto mundial.
Por isso, Chume, afirma que a CCPDS deve estar atenta à tais fenómenos, devendo saber observá-los, analisá-los e tirar ilações sobre os mesmos, de modo a antever e prevenir que tais males atinjam a região e ambos países, em particular.
“Ademais, devemos intensificar a nossa cooperação bilateral no domínio da Defesa e Segurança através da contínua troca de informações. Igualmente devemos estar atentos aos actos ilícitos que põem em causa a soberania e segurança das nossas nações, como é o caso do terrorismo, a imigração ilegal, tráfico de droga e de seres humanos, pirataria marítima, entre outros, aos quais devemos redobrar esforços com vista uma resposta à altura”, recomendou.
Por sua vez, o Ministro zambiano da Defesa, Ambrose Lwiji Lufuma, que liderou a delegação do seu país à reunião, reiterou que o apoio do sector de defesa e segurança é fundamental para manter ou realizar alguns empreendimentos conjuntos.
“Entre estes contam-se a recente modernização e expansão do porto de Nacala e a assinatura dos acordos de desenvolvimento do corredor de Nacala”, exemplificou o governante zambiano, cujo país é um dos beneficiários daquele porto de águas profundas.
Disse esperar que esta iniciativa venha a reforçar a cooperação de alto nível entre a Zâmbia e Moçambique, bem como o Malawi, para aumentar ainda mais a conectividade regional, oferecendo ao mesmo tempo novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento, incluindo a melhoria das economias locais e a criação de emprego para os nossos cidadãos.
“Não obstante estas perspectivas, os crimes organizados transnacionais, incluindo o contrabando, a migração ilegal, a exploração madeireira ilegal, a caça furtiva, bem como a ameaça do terrorismo, continuam a ser uma grande preocupação para a paz e a segurança da Zâmbia e de Moçambique e da região em geral”, afirmou.
“A este respeito, a Comissão proporciona-nos uma oportunidade de partilhar experiências e conhecimentos, bem como de conceber formas inovadoras e eficazes de abordar estes vícios”, acrescentou.
A Reunião Ministerial foi antecedida de eventos envolvendo peritos dos dois países.