Fim do monopólio da LAM: “Novo” operador inicia actividades em Junho próximo

O espaço aéreo moçambicano prepara-se para testemunhar, já em Junho deste ano, o regresso da Solenta Aviation Moçambique em parceria com a Fast Jet, que passarão a operar voos domésticos regulares com aeronaves do tipo Embraer 145. Esta entrada marca o fim efectivo do monopólio das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) no mercado nacional, numa altura em que a companhia de bandeira se encontra em situação de falência técnica e sem capacidade para responder às expectativas dos utentes.

Maio 14, 2025 - 09:19
Maio 14, 2025 - 09:54
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Fim do monopólio da LAM: “Novo” operador inicia actividades em Junho próximo

A informação foi confirmada à TORRE.News pelo Presidente do Conselho de Administração do Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM), Comandante João de Abreu, que falou sobre os avanços no sector da aviação civil. “Trata-se de uma companhia que suspendeu actividades em 2021 por várias razões e neste momento pretende retomar o mercado. Como regulador, autorizámos, e em princípio, em Junho devem começar a voar”, declarou.

De Abreu considera que o novo operador será uma mais-valia para os passageiros, que, até agora, estiveram reféns de um único prestador de serviços a LAM, cujo historial recente tem sido marcado por má gestão, voos cancelados, deficiências operacionais e reclamações recorrentes dos consumidores.

“O passageiro ganha quando há concorrência. Terá finalmente a oportunidade de escolha e, com isso, poderá também beneficiar de melhores tarifas e melhor qualidade de serviço. A ausência de concorrência conduz à estagnação, à acomodação e a um serviço que não responde às expectativas do utente”, acrescentou.

Apesar de não ter revelado o número de aeronaves que estarão disponíveis na fase inicial, Abreu garantiu que o processo de certificação está em curso e que as companhias envolvidas são robustas, seguras e com estrutura adequada para operar no mercado moçambicano. “O nosso papel é garantir que os passageiros tenham bons serviços, e isso começa por operadores com credibilidade e capacidade operacional”, frisou.

Em relação aos preços, o PCA do IACM lembrou que as tarifas aéreas em Moçambique estão liberalizadas, mas assegurou que foi feita uma análise técnica para garantir que os custos operacionais e as margens comerciais se mantenham dentro de parâmetros aceitáveis.

Quanto à capacidade da infraestrutura aeroportuária, Abreu afirmou que todos os aeroportos nacionais estão em condições de receber mais tráfego, com margem considerável tanto no volume de passageiros como na movimentação de aeronaves. “Temos muito espaço para desenvolver o transporte aéreo, quer doméstico, quer regional e internacional”, afirmou.

Paralelamente, o dirigente revelou que outras companhias estrangeiras manifestaram interesse em retomar ou iniciar operações para Moçambique. Entre elas estão a Air France, Emirates, Air Link (em substituição da South African Airways), e outras que se somam às já operacionais TAAG, TAP, Qatar Airways, Turkish Airlines e Kenya Airways, esta última recentemente regressada ao país.