Eduardo Namburete é o segundo membro de um partido da oposição a ser indicado embaixador por Nyusi
O Presidente da República, Filipe Nyusi, nomeou na quarta-feira, 17 de Janeiro, o deputado e membro sênior da Renamo, Eduardo Namburete, para o cargo de embaixador Extraordinário e Plenipotenciário de Moçambique junto da República da Argélia.
Em despachos separados, Filipe Nyusi nomeou também Fortunato Albrinho para o cargo de Alto Comissário da República de Moçambique junto da República do Gana e Alexandre Herculano Manjate, para o cargo de Alto Comissário da República de Moçambique junto da República do Malawi.
Dos nomeados, destaque vai para Eduardo Namburete, um quadro sênior da Renamo, envolvido no processo que culminou com a assinatura do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de Maputo e no Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos homens armados da Renamo.
Namburete, deputado da Assembleia da República, torna-se, assim, no segundo quadro sênior da oposição nomeado por Nyusi para um cargo diplomático, depois da indicação, no ano passado de Raúl Domingos,
presidente do Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento para o cargo de embaixador junto do Vaticano, em Roma, Itália.
“O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, no uso das competências que lhe são conferidas pela alínea c) do artigo 161 da Constituição da República nomeou através de Despachos Presidenciais separados Fortunato Albrinho para o cargo de Alto Comissário da República de Moçambique junto da República do Gana; Alexandre Herculano Manjate, para o cargo de Alto Comissário da República de Moçambique junto da República do Malawi; e António Augusto Eduardo Namburete para o cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Moçambique junto da República Argelina Democrática Popular”, lê-se num comunicado da Presidência da República, a cuja cópia a Torre teve acesso.
Num outro Despacho Presidencial, o Filipe Nyusi exonerou Osvalda Joana do cargo de Alto Comissário da República de Moçambique junto da República do Gana.
A questão que se coloca é: o que estaria por detrás destas nomeações? Inclusão? Estratégia de coaptação de quadros para enfraquecer a oposição?