MDM decide não tomar posse amanhã na Assembleia da República
A Comissão Política do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) decidiu, em reunião extraordinária realizada ontem, que os seus deputados eleitos não tomarão posse na X Legislatura da Assembleia da República, cuja cerimónia está agendada para amanhã, 13 de Janeiro.

A decisão foi confirmada à TORRE.News por uma fonte sénior do partido, que acrescentou que o presidente do MDM, Lutero Simango, deverá anunciar oficialmente a posição do partido em conferência de imprensa nas próximas horas.
O MDM, que inicialmente tinha sido atribuído quatro deputados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), viu o número aumentar para oito após ajustes efectuados pelo Conselho Constitucional (CC). No entanto, a decisão de boicotar a tomada de posse está alinhada com a posição do partido de não reconhecer os resultados eleitorais validados pelo CC, nem o Presidente da República proclamado, Daniel Chapo.
“Não faria sentido o MDM não reconhecer os resultados eleitorais e, ao mesmo tempo, permitir que a sua bancada parlamentar tomasse posse”, justificou a fonte.
O ambiente político em torno da cerimónia de tomada de posse continua tenso. As manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que contesta os resultados e alega fraude eleitoral, persistem em várias cidades do país.
A Renamo, que ficou na terceira posição e conquistou 28 assentos no parlamento, também não reconhece os resultados eleitorais. O partido convocou uma reunião extraordinária da sua Comissão Política para hoje, onde deverá deliberar sobre a participação dos seus deputados na tomada de posse.
Em contrapartida, o partido PODEMOS, a segunda força política mais votada, com 41 deputados eleitos, já indicou que os seus representantes irão tomar posse. A estrutura interna do partido para a nova legislatura está praticamente definida, incluindo indicações para as funções de vice-presidente da Assembleia, chefe da bancada e membros das comissões parlamentares. Contudo, o PODEMOS enfrenta divisões internas, com desentendimentos entre a direcção do partido e Venâncio Mondlane devido a desacordos sobre a participação no parlamento e alegada violação do acordo coligatório.