Polícia investiga mortes por suposta disputa de negócios ou ajuste de contas entre cidadãos de nacionalidade chinesa

A Polícia em Manica está a investigar a onda de mortes por baleamento que envolve cidadãos de nacionalidade chinesa em Moçambique. Desconfia-se que a onda de assassinatos seja motivada por ajuste de contas ou negócios malparados. Segundo dados das autoridades policiais, pelo menos três cidadãos chineses morreram baleados por seus concidadãos em Manica nos últimos três anos.

Dezembro 13, 2023 - 20:51
Julho 1, 2024 - 10:27
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Polícia investiga mortes por suposta disputa de negócios ou ajuste de contas entre cidadãos de nacionalidade chinesa

Em Sofala há um registo de uma morte. Reporta-se uma morte em Sofala e uma na Zambézia. Todos os homicídios estão relacionados com disputas de negócios e ou “ajustes de conta” em negócios malparados.

Homicídios por “vingança” ou “disputa de negócios” entre cidadãos de nacionalidade chinesa, sobretudo com investimentos na área de madeira e minérios, tendem a crescer no centro do país e a polícia de Manica iniciou uma investigação sobre a proveniência das armas ilegais usadas pela “máfia chinesa” no boleamento fatal de um chinês semana passada.

Em meados de 2021 uma cidadã chinesa atirou contra seu esposo, igualmente chinês, no distrito de Manica para depois ficar com uma empresa de exploração mineira.

No início do mesmo ano outro chinês foi morto por um sócio num estaleiro de madeira em Chimoio. No caso mais recente, um cidadão chinês atirou à queima-roupa contra o seu compatriota num casino clandestino na cidade de Chimoio, onde praticavam jogos de azar, após uma disputa por um negócio mal encaminhado.  

O atirador, que vive em Moçambique há 13 anos e com negócios de impressão de fotografias, justificou o crime como “retaliação de uma agressão”, cometido pela vítima na mesma noite do crime.

“À noite ele trouxe quatro pessoas e levou uma arma para me matar. Ele bateu-me e banhei de sangue, por isso levei armas e disparei contra ele”, disse a jornalistas numa esquadra polícia, poucas horas depois de cometer o homicídio.

No entanto, a polícia confirmou o “homicídio agravado” que ocorreu no casino clandestino, sublinhando que as armas usadas no crime e apreendidas pela corporação eram ilegais e iniciou uma investigação para apurar a proveniência. 

“Recuperámos duas armas do tipo pistola contendo 24 munições. Temos informações da existência de mais um cidadão, comparsa do cidadão atirador, e há indícios que esteja na posse de mais cinco armas de fogo, sendo quatro pistolas e uma (espingarda de assalto) AK47. Estamos a trabalhar para aferir a origem das armas, sendo uma delas já usada no homicídio”, disse Mateus Mindu, porta-voz da polícia em Manica.

TORRE