Presidente da Coreia do Sul enfrenta impeachment após tentativa de declarar lei marcial contra "forças antiestatais"

O Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, está a enfrentar um processo de impeachment depois de tentar declarar a lei marcial no país a 3 de Dezembro, justificando a medida como necessária para combater "forças antiestatais" alegadamente ligadas à oposição. A iniciativa, revogada horas depois pelo Parlamento, gerou críticas intensas, inclusive de membros do seu próprio partido, o Partido do Poder Popular (PPP).

Dezembro 6, 2024 - 10:56
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Presidente da Coreia do Sul enfrenta impeachment após tentativa de declarar lei marcial contra "forças antiestatais"

A declaração de lei marcial por Yoon, uma medida sem precedentes desde os anos 1980, teria permitido a mobilização das Forças Armadas e a imposição de restrições civis. A decisão foi amplamente condenada, com líderes políticos e cidadãos a compararem-na aos períodos autoritários do passado, em particular à ditadura de Chun Doo-hwan. Protestos massivos eclodiram em Seul, levando a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, a convocar uma sessão extraordinária para anular o decreto.

Han Dong-hoon, líder do PPP, classificou a decisão de Yoon como "um grave perigo para o país" e apelou à sua suspensão imediata. O processo de impeachment, que será votado amanhã, Sábado, conta agora com o apoio de parte dos parlamentares do partido governista, o que aumenta as probabilidades de aprovação. Se o impeachment for confirmado, Yoon será suspenso do cargo, e o Tribunal Constitucional terá até 180 dias para decidir a sua eventual destituição.

A tentativa de declarar a lei marcial reflecte as crescentes tensões políticas na Coreia do Sul, com um presidente cada vez mais isolado e impopular. Yoon justificou a medida como uma forma de conter a oposição, mas os seus críticos argumentam que esta acção demonstra um desrespeito pela ordem democrática e pelas instituições do país.