Cabo delgado: Terroristas em debandada
Os terroristas que afligem os residentes de Cabo Delgado estão em debandada e maioria dos feridos deslocam-se em direcção ao sul da província, devido a intensificação dos ataques das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique (FDS).
O Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou o facto ontem, em Maputo, durante a cerimónia de saudação organizada pelos membros e simpatizantes da Frelimo, partido no poder, pela eleição de Moçambique a membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Referiu que, recentemente, os ataques lançados pelas FDS, apoiadas pelas forças ruandesas e da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM, sigla em inglês) a Base Kathupa, distrito de Macomia, em Cabo Delgado, obrigaram os terroristas a correr em debandada para o sul da província.
“Foi ocupada a base [Kathupa] e eles estão a sair em fuga, um a um, com muitos feridos, e não conseguem andar a uma velocidade boa porque eles lá onde estavam está um fogo cruzado”, afirmou.
Nyusi aproveitou a oportunidade para mobilizar os jovens a abandonarem as fileiras dos terroristas e regressarem as suas residências e seio familiar.
Os terroristas que perpetraram ataques na primeira semana do mês em curso, em Kathupa, são, segundo Nyusi, residentes daquela aldeia.
“São naturais dali [Kathupa] foram treinados por pouco tempo e voltaram a atacar a aldeia das mães, dos pais. Portanto, cada um queimou a casa de seu pai”, disse, apresentando que os jovens são ovacionados pelos seus próprios chefes pelo facto de terem destruído as suas próprias residências.
Apelou também a intensificação da vigilância, porque o recrutamento dos jovens para engrossar as fileiras dos terroristas está a ocorrer “um pouco por todo o lado”.
Localizada nas florestas densas de Macomia e junto ao rio Messalo, a base Kathupa era considerada uma das principais, onde os terroristas planificavam os seus actos macabros.
Desde Outubro de 2017, que alguns distritos de Cabo Delgado são vitimas de ataques terroristas que já causaram mais de 2.500 mil mortos, e cerca de 800 mil deslocados.
