EMOSE pagou 380 milhões de meticais de indemnizações às empresas vítimas do IDAI
A Empresa moçambicana de Seguros (Emose) pagou cerca de 380 milhões de meticais (aproximadamente seis milhões de USD) de indemnizações às empresas afectadas pelo ciclone tropical Idai que fustigou a cidade da Beira, província de Sofala, centro do país, em 2019.
A maioria das empresas asseguradas pela Emose, na cidade da Beira, actuam no ramo de transportes, comércio, indústria e logística que viram o seu património total ou parcialmente destruído pelo ciclone.
No topo dos assegurados que receberam maior bolo da indemnização consta a Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP), uma organização não-governamental que opera nas áreas de educação, saúde, agricultura e bem-estar, que viu seus armazéns de roupa arrastados pelas águas de chuva, tendo sido pago, pela Emose, mais de 33 milhões de meticais.
A informação foi revelada pelo Presidente do Conselho de Administração da Emose, Joaquim Langa, em entrevista à TorreNews.
“No caso do Idai fomos a primeira seguradora a manifestar que estamos do lado das vítimas e gastamos cerca de 380 milhões de indemnização com os nossos assegurados. Pagamos 33.8 milhões de meticais a ADDP porque assegurávamos um armazém de roupa que eles tinham, e a ADPP só tinha um prémio de 700 mil meticais”, disse o PCA da Emose.
Segundo o PCA, o índice de sinistralidade que é o indicador que mede os valores de indemnização anda a volta de 25 a 30 por cento, numa lógica da tendência do mercado nos últimos cinco anos à excepção de 2020 que ascendeu a 46 por cento com a eclosão da pandemia da Covid-19.
Face a subida do índice de sinistralidade, o número de prémios também registou um incremento significativo, sendo que, a Emose tem registado anualmente um volume de negócios a volta de sete a oito bilhões de meticais ano.
Sobre a sentença do caso do fatídico acidente da Manhiça que matou 35 pessoas, na qual a empresa foi condenada a uma pena solidária de 33 milhões de meticais, Langa reitera que por força da lei não há espaço para o efeito, uma vez que transportadora envolvida no acidente não honrou o compromisso de pagamento da apólice.
“A Emose tem sempre na sua matriz de negócio o espírito de que é uma seguradora do povo e foi por isso que para atender as necessidades da sociedade parcelamos os prémios do seguro para o caso transportadora, violando as práticas do mercado em que normalmente o seguro deve ser pago a cabeça e não a crédito. Mesmo assim a transportadora não pagou e automaticamente o contrato deixou de existir”, disse.
Vincou que a empresa não tem problema em assumir responsabilidades, e o seu histórico mostra que há capacidade de pagamento de indemnizações, mas, no entanto, a fonte chama atenção de que a Emose é uma empresa, não uma entidade de caridade, e a prática do tipo de negócio em que opera deve sempre obedecer a regras e critérios.
“As pessoas fazem o seguro para que no momento que precisam serem socorridas, porque sabemos que isso é fulcral. Nós não temos problema em pagar indemnizações, até porque pagamos com orgulho para mostrar que temos essa capacidade”, salientou.