Moçambique equaciona comprar combustível barato da Rússia

Trata-se de uma declaração do Governo que surge uma semana depois da abertura da Rússia para trocas comerciais, mas com recurso ao Rublo.

Agosto 5, 2022 - 17:46
Agosto 5, 2022 - 19:34
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Moçambique equaciona comprar combustível barato da Rússia

O Governo diz estar a equacionar adquirir combustíveis da Rússia para abastecer o mercado nacional a preços acessíveis e consequentemente minimizar o elevado custo de vida.

 

“Se há essa oferta, naturalmente nós vamos verificar e estudar a viabilidade. Se houver viabilidade, com certeza, serão adquiridos”, afirmou o Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias.

 

As declarações do Governante acontecem à margem do Conselho Coordenador do Ministério do Recursos Minerais e Energia, uma semana depois de a Rússia, através do seu Embaixador em Moçambique, mostrar disponibilidade de comercializar produtos petrolíferos, cereais, fertilizantes, entre outros com Moçambique, mas mediamente pagamento em Rublo, moeda russa.

 

A efectivar-se o comércio, poderá minorar o actual elevado custo de vida causada principalmente pela subida de preço de combustíveis, que se estende a outros produtos, reflexo da inflação do petróleo a nível internacional devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

 

Para que o comércio se efective entre os dois países, será necessário que, do lado moçambicano, o Banco Central compre Rublo ao Banco Central Russo ou onde exista. Entretanto, na óptica do economista sénior, gestor e académico, João Mosca, o Banco de Moçambique não tem actualmente grandes reservas para materializar do comércio, alegadamente porque o Rublo é uma moeda de menor expressão fora da Rússia.

 

Em contrapartida, o economista diz que o Banco de Moçambique pode adquirir o Rublo onde exista, mas poderá ser a um preço relativamente elevado por ser uma moeda de menor “expressão” fora Rússia, numa altura em que, por um lado há maior procura daquele dinheiro por principais parceiros (após sanções comerciais do Ocidente) e pelo facto de se verificar actualmente maior procura fora da Europa de produtos russos por estarem mais acessíveis.