Despesa pública atinge 174 biliões e suplanta receita no primeiro semestre

A despesa do Governo atingiu 174 biliões de Meticais contra uma receita de cerca de 135 biliões de Meticais, abrindo um défice de mais de 40 biliões de Meticais.

Agosto 5, 2022 - 17:39
Agosto 5, 2022 - 19:37
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A 26ª sessão ordinária do Conselho de Ministros concluiu, através do balanço do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado do primeiro semestre de 2022, que o Governo gastou mais do que colectou em receitas ao Estado.

 

De acordo com um comunicado do Secretariado do Conselho de Ministros, a execução do Orçamento de Estado revela que, no período em análise, a despesa realizada situou-se em 174 biliões de Meticais, correspondente a uma realização de 38.7% de todo o orçamento de 2022, contra 165.8 biliões de Meticais realizadas no período homólogo de 2021.

 

O documento mostra que a despesa realizada não foi compensada pelas receitas colectadas pelo Governo no primeiro trimestre de 2022, tendo a cobrança se fixado em 133.8 biliões de Meticais, correspondente a 45,6%, da meta anual, contra 127.4 biliões de Meticais de 2021.

 

Entre a despesa e a receita há uma diferença de pouco mais de 40 biliões de Meticais e para fechar lacuna nas contas, o executivo recorreu a donativos de parceiros de cooperação, bem como à empréstimos bancários externos e internos, aumentando ainda mais a pressão sobre o serviço da dívida, que actualmente encontra-se em elevados índices.

 

Esse facto fundamenta-se com dados constantes no relatório da Conjuntura Económica e Perspectivas Inflação divulgado recentemente pelo Banco Central que reportam que a dívida interna do Estado incrementou, em termos acumulados até Junho, em 29.3 biliões de Meticais, para 248.2 biliões de Meticais.

 

Apesar dos factores adversos, o Governo afirma em comunicado que se registou uma estabilidade macroeconómica interna durante o primeiro trimestre de 2022.

Do comunicado do Secretariado do Conselho de Ministros consta ainda o balanço do Plano Económico e Social, na qual consta que o Governo havia programado 358 indicadores para o primeiro semestre, dos quais 50% (179) atingiram a meta, 22% (78) atingiram parcialmente e 28% (101) não atingiram a meta.