TotalEnergies poderá retomar à Cabo Delgado em breve - considera o FMI
O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima a retoma no início deste ano do megaprojecto Mozambique LNG, da TotalEnergies, no norte de Moçambique avaliado em 20 mil milhões de dólares, suspenso há três anos, face à melhoria das condições de segurança.
"As condições de segurança no norte [Cabo Delgado] continuam a melhorar e espera-se o reinício do grande projecto de GNL [Gás Natural Liquefeito] que foi interrompido em Abril de 2021 ainda no início de 2024", lê-se num relatório do FMI desta semana, sobre a aprovação este mês da terceira avaliação à implementação do programa de Facilidade de Crédito Alargado (ECF, na sigla em inglês), a 36 meses, em Moçambique.
O terminal de gás natural que a TotalEnergies começou a construir em Cabo Delgado é considerado um dos maiores investimentos do género em África, mas a obra está parada desde 2021, na sequência dos ataques terroristas naquela província.
No relatório do FMI, que surge após o anúncio anterior da conclusão daquela avaliação e disponibilização de uma nova tranche de apoio financeiro, é referido que a economia moçambicana cresceu 5,9% no final do terceiro trimestre de 2023, face ao mesmo período do ano anterior, mas ainda "abaixo do potencial" e com o sector da construção a manter a contração.
Com a aprovação desta terceira tranche, os desembolsos totais a Moçambique ao abrigo deste ECF do FMI elevam-se a cerca de 273 milhões de dólares. Este programa ECF foi aprovado em Maio de 2022, e prevê um financiamento total de 456 milhões de dólares a Moçambique.
A próxima comunicação da TotalEnergies sobre os resultados de 2023 e anúncio de objetivos para 2024 está agendada para 7 de Fevereiro, segundo informação da petrolífera.
O presidente da TotalEnergies anunciou em Setembro passado que a petrolífera francesa planeava recomeçar as obras de construção da central de gás natural liquefeito no país, considerando que "a situação melhorou claramente".
Patrick Pouyanne disse que considerava que a situação de insegurança que levou à suspensão dos trabalhos em 2021 "melhorou claramente", permitindo o recomeço dos trabalhos na província de Cabo Delgado.