Pressão popular força REVIMO a manter cancelas abertas sem cobrança

As portagens geridas pela REVIMO, amplamente criticadas pela opinião pública como injustas, continuam sem cobrar pela passagem devido ao receio de uma reacção popular adversa. Durante uma ronda pela região metropolitana do Grande Maputo, a TORRE.News constatou que as cancelas permanecem abertas, permitindo a circulação gratuita de viaturas.

Janeiro 24, 2025 - 12:38
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Pressão popular força REVIMO a manter cancelas abertas sem cobrança

Na portagem da Costa do Sol, localizada na zona de Chiango, as barreiras estavam completamente levantadas, sem operadores nas boxes de cobrança, enquanto o pessoal administrativo se mantinha nos bastidores. Situação semelhante foi verificada na portagem do Zimpeto, em Cumbeza, e na de Zintava, no distrito de Marracuene, todas abertas e sem cobrança, contrastando com a portagens da TRAC na N4.

As portagens sob gestão da REVIMO não registam receitas provenientes de taxas de circulação há mais de três meses, devido à suspensão de cobranças. Este cenário é acompanhado de dificuldades operacionais internas e prejuízos financeiros para a empresa, que enfrenta críticas constantes por parte dos utentes.

Durante manifestações recentes, as portagens da REVIMO foram alvos de vandalismo, reflectindo a insatisfação popular. Os utentes consideram as portagens ilegítimas, argumentando que foram instaladas sem qualquer investimento prévio nas estradas.

O antigo candidato presidencial Venâncio Mondlane intensificou as críticas ao declarar uma suspensão simbólica do pagamento de portagens a nível nacional por 100 dias. Mondlane condena as portagens como um "símbolo flagrante de ditadura económica", argumentando que a sua instalação ao longo da N1 careceu de consulta pública e de uma base legítima, considerando que a REVIMO não participou na construção das infraestruturas onde realiza as cobranças.