Disponíveis 50 milhões de USD para estabilizar tarifa dos transportes públicos

O governo já tem disponíveis 50 milhões de dólares para manter a estabilidade da tarifa dos transportes públicos e semi-colectivos de passageiros em Moçambique.

Julho 11, 2022 - 16:10
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Disponíveis 50 milhões de USD para estabilizar tarifa dos transportes públicos
Transporte publico

O governo já tem disponíveis 50 milhões de dólares para manter a estabilidade da tarifa dos transportes públicos e semi-colectivos de passageiros em Moçambique.

O sector dos transportes está a ressentir-se da subida drástica do preço de combustíveis, pelo que decidiu mobilizar recursos para aliviar o sofrimento das pessoas mais vulneráveis.


O valor vai servir de almofada segura para os próximos seis meses e esperar que haja estabilidade dos preços de combustível no mercado mundial.

O facto foi anunciado pelo ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, em conferência de imprensa conjunta, com o director do Departamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) para África, Abebe Selassie, hoje, em Maputo.


Na ocasião, Tonela anunciou que o governo também conseguiu mobilizar cerca de 85 milhões de dólares para financiar as famílias moçambicanas mais desfavorecidas, sobretudo as que se encontram nas zonas periurbanas e rurais.

“Essas são algumas medidas mas continuamos a discutir para encontrar formas possíveis dentro da conjuntura nacional e dentro também dos recursos que o Estado pode trazer, tendo em conta o quadro fiscal existente”, disse.


Sobre os transportes semi-colectivos de passageiros, Tonela disse esperar que nos próximos dias as autoridades municipais e distritais acelerem o processo de atribuição de licenças aos transportadores que ainda operam sem a devida autorização, para se beneficiar dos valores a serem desembolsados pelo Executivo.


A economia do país vem sendo afectada por choques endógenos, nomeadamente, ataques terroristas na província de Cabo Delgado, mudanças climáticas, com impacto na perda de vidas humanas, destruição de bens públicos e privados, com um custo anual superior a 100 milhões de dólares.


A invasão da Rússia na Ucrânia, em Fevereiro último, constitui um dos factores exógeno que está a pressionar a subida de preços dos combustíveis a nível mundial e, consequentemente, ao país.


“A perspectiva do Estado é de encontrar soluções para mitigar esses desafios”, afirmou.

Por seu turno, Selassie disse que actualmente, o custo de vida afecta quase todos os países do mundo, mas é mais visível em países em desenvolvimento, como Moçambique, devido a sua forte dependência nas importações.

 
Por isso, reconhece que os “governos desses países devem tomar decisões difíceis para manter a estabilidade económica”.


Acrescentou que, actualmente o FMI presta uma assistência financeira aos governos desses países como forma de amortecer o impacto da crise mundial causada pela escassez de combustível e de alimentos.


Selassie enaltece as medidas tomadas pelo Executivo moçambicano para conter o impacto da crise, apesar das alterações climáticas, incluindo a invasão russa na Ucrânia.

“O caminho de Moçambique está muito bom”, disse, tendo apontado, como exemplo, o cumprimento das reformas recomendadas pelo FMI para a estabilidade macroeconomia do país.


Selassie encontra-se em Moçambique desde quinta-feira para uma visita de trabalho de três dias.