Estratégia ou silêncio? Membros da Renamo perdem fé em Ossufo Momade
Os membros da Renamo na cidade de Quelimane, província da Zambézia, têm expressado dúvidas e incertezas quanto à estratégia política do presidente do partido, Ossufo Momade, para as próximas Eleições Gerais de 09 de Outubro.

A preocupação foi revelada por Manuel José, presidente da Assembleia Municipal de Quelimane, em declarações à TORRE.News, num momento crítico em que a campanha eleitoral está prestes a iniciar.
"Nós não sabemos como as coisas vão acontecer, provavelmente vai ser diferente do tempo que devia ser da pré-campanha. Provavelmente, ele, como cabeça-de-lista e presidente do partido, vai se posicionar da melhor forma possível, através dos seus assessores", afirmou José.
Ele reconheceu que, durante a fase de pré-campanha, a Renamo não conseguiu capitalizar as oportunidades para interagir de forma eficaz com o eleitorado, sugerindo que o silêncio de Momade poderia ser parte de uma estratégia ainda não revelada.
A ausência de clareza sobre a estratégia política de Ossufo Momade tem gerado inquietação não só entre o público, mas também dentro das próprias estruturas do partido.
A situação foi exacerbada recentemente pela proposta de António Muchanga, deputado da Assembleia da República, de substituir Momade em debates televisivos, uma sugestão que muitos interpretaram como um reflexo das dúvidas internas sobre a capacidade de liderança do presidente da Renamo.
Este silêncio e aparente inactividade de Momade durante a pré-campanha já estão a causar desconforto entre os simpatizantes do partido, com alguns membros a questionar abertamente a sua competência para dirigir os destinos de Moçambique.
Há até especulações de que Ossufo Momade possa ter sido influenciado para manter-se calado, possivelmente para favorecer uma vitória mais fácil da Frelimo nas próximas eleições.
A incerteza sobre a estratégia política da Renamo e a falta de comunicação clara do seu líder colocam o partido numa posição delicada, aumentando as dúvidas sobre o impacto que poderá ter nas eleições de Outubro.