Qualidade do aço para construção civil sujeita a testagem a partir deste ano

O Laboratório de Engenharia de Moçambique (LEM) pretende iniciar, ainda este ano, a testagem e certificação da qualidade do aço produzido localmente e o importado para a construção civil.

Maio 9, 2023 - 15:52
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Qualidade do aço para construção civil sujeita a testagem a partir deste ano
Qualidade do aço

A medida surge depois de um trabalho bem sucedido na certificação do cimento de construção no país.


Citado hoje pelo “Notícias”, o investigador no LEM, Rodrigues Manjate, garante que, como resultado desse trabalho, a indústria moçambicana do cimento já está a exportar para alguns mercados externos.


Apontou que a próxima fase vai incidir sobre as empresas que produzem o betão armado para o sector de construção. No entanto, ainda este ano também será testada e certificada a qualidade do aço.


“Neste momento, estamos a fazer o acompanhamento das fábricas que produzem o aço em Moçambique e queremos que, num futuro próximo, elas cumpram com as especificações recomendadas para este tipo de materiais”, referiu Manjate.


Afirmou que, ao abrigo da lei actualmente em vigor, o Laboratório de Engenharia de Moçambique deve fazer o controlo de todos os materiais de construção usados em obras públicas no país.


“O que acontece é que muitas empresas nacionais não usam o Laboratório de Engenharia para o cumprimento deste preceito legal, que é obrigatório. Alegam que o recurso à instituição onera as obras, o que, muitas vezes, leva à violação da lei”, sustentou.

Falando num encontro de relexão sobre o sector de construção civil, recentemente realizado em Maputo, alguns empreiteiros alegam que a intervenção do LEM na certificação dos materiais usados nas obras públicas encarece devido, fundamentalmente, à facturação dos seus trabalhos em dólares, bem como à falta de representatividade em vários pontos do país.


Estes consideram ser bastante oneroso transportar materiais usados em obras que decorrem, por exemplo, no Niassa [no norte do país] para Maputo [a capital] ou Beira [no centro], onde o laboratório possui representações.

Falando recentemente em Maputo num encontro de relexão sobre o sector de construção civil.


Algumas das alegações foram acolhidas pelo LEM, o qual anunciou que nos últimos anos tem estado a facturar os seus trabalhos em meticais.

Justificou que o recurso ao dólar na facturação tem, muitas vezes, a ver com os custos que o laboratório incorre na manutenção dos equipamentos.

“Nem todos os materiais que usamos para a calibração do laboratório existem no Instituto Nacional de Normalização e Qualidade. Para isso, temos que trazer técnicos de Portugal ou da África do Sul”, explicou a fonte, sublinhando que quase todos os insumos do laboratório são importados.

Rodrigues Manjate exemplificou que, para reduzir os custos resultantes da falta de cobertura geográfica da instituição, o LEM está a trabalhar no sentido de ainda este ano, abrir uma representação em Namialo, Nampula, para fazer face às solicitações da região Norte do país.