Chapo promete poupar 17 mil milhões ao reduzir a máquina governativa
O Presidente da República, Daniel Chapo, empossado hoje na Praça da Independência, comprometeu-se a implementar uma reforma profunda na estrutura governativa para reduzir custos e tornar o Estado mais eficiente. No seu discurso inaugural, anunciou a eliminação da figura de vice-ministro, a redução de ministérios e secretarias do Estado, e a reavaliação de entidades tuteladas, como institutos e agências, prevendo uma poupança anual de 17 mil milhões de meticais.

“Vamos eliminar a figura de vice-ministro. A partir de agora, teremos secretários de Estado com responsabilidades claras, respondendo directamente aos ministros. Um governo menor, mas mais ágil e eficiente”, garantiu Chapo. O montante economizado será redireccionado para sectores prioritários, como educação, saúde, agricultura, estradas, energia e abastecimento de água.
Chapo destacou que a reforma incluirá mudanças significativas nas províncias. Os secretários de Estado provinciais terão funções limitadas à supervisão, monitoria e avaliação, enquanto as tarefas executivas ficarão a cargo dos conselhos executivos provinciais, liderados pelos governadores. O objectivo é evitar duplicação de funções e reduzir custos, melhorando a eficácia no atendimento público.
O Presidente também anunciou medidas para rever as regalias dos dirigentes, incluindo o congelamento da aquisição de viaturas protocolares pelo Estado. “O dinheiro será usado para adquirir ambulâncias e outros meios essenciais para servir o povo. Temos de liderar pelo exemplo”, sublinhou.
Num tom enérgico, Chapo prometeu tolerância zero à corrupção e anunciou a criação de uma Central de Aquisições do Estado, que será responsável por todas as compras públicas. Esta medida visa centralizar os processos de aquisição, aumentando a transparência e combatendo desvios de fundos no seio da administração pública. “Chega de corrupção, desorganização e falta de transparência. Vamos construir um Estado que respeite o suor do povo moçambicano”, afirmou.
O discurso de Chapo tem recebido elogios pela abordagem directa aos problemas estruturais que afectam a gestão pública em Moçambique. No entanto, persiste a expectativa sobre a capacidade do novo governo de traduzir essas promessas em acções concretas e sustentáveis. A reforma anunciada representa um compromisso de transformação e modernização, mas será avaliada pela eficácia na implementação prática das mudanças propostas.