Cúmplices ou rivais? Encontro secreto entre Venâncio e Forquilha levanta suspeitas
Venâncio Mondlane e Albino Forquilha, presidente do PODEMOS, mantiveram recentemente um encontro secreto que tem gerado controvérsia, com ambos os lados a recusarem revelar o teor das discussões. O encontro surge num contexto de relações tensas e acusações mútuas de traição, após as eleições gerais de 9 de Outubro, que elegeram o PODEMOS como a principal força da oposição com 43 deputados na Assembleia da República.

Embora as partes tenham confirmado a reunião – Venâncio Mondlane através do seu assessor político, Dinis Tivane, e o PODEMOS por meio do porta-voz do partido – nenhum detalhe foi partilhado sobre o conteúdo ou propósito do encontro. O secretismo alimenta especulações sobre o futuro da relação política entre Mondlane e Forquilha, marcada por acusações públicas de violações do acordo coligatório assinado antes das eleições.
“É uma reunião interna. Se não foi partilhado o conteúdo é porque não é oportuno”, disse Dinis Tivane em contacto com a TORRE.News.
Mondlane, em cartas abertas e intervenções públicas, questionou a lealdade de Forquilha ao acordo e à luta pela verdade eleitoral, insinuando que o presidente do PODEMOS teria abandonado os princípios da coligação. Por sua vez, Forquilha acusou Mondlane de violar cláusulas do acordo, especialmente aquelas que remetem certos aspectos da parceria ao sigilo.
A imagem de Forquilha tem sido alvo de duras críticas nas redes sociais, onde é frequentemente descrito como traidor do povo. As acusações agravaram-se após o activista social Adriano Nuvunga afirmar que Forquilha teria recebido 219 milhões de meticais para favorecer o partido FRELIMO, comprometendo a luta eleitoral e os interesses do povo.
Enquanto a população aguarda esclarecimentos, o encontro entre os dois líderes continua envolto em mistério, levantando questões sobre a seriedade e a transparência de ambos os actores políticos num momento de grande polarização no país.