Ruanda reforça efectivo militar em cabo delgado
O presidente ruandês, Paul Kagame, anunciou ontem em Kigali, o envio de mais militares à província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, onde decorrem operações conjuntas com as Forças de Defesa e Segurança para eliminar os terroristas que continuam a assassinar civis inocentes e a destruir infra-estruturas públicas e privadas.
A pedido do governo moçambicano, o Ruanda enviou inicialmente 1.000 oficiais militares e policiais para Cabo Delgado.
Falando na cerimónia de tomada de posse de ministros recém-nomeados, Kagame disse que o número de tropas ruandesas em Cabo Delgado ultrapassa 2.500 e que outro contingente chegou a Moçambique no início da semana corrente.
Segundo Kagame, a operação inicial foi um sucesso e, por isso, o Ruanda e Moçambique acordaram perseguir os terroristas até ao seu último reduto.
'Aumentámos as tropas porque desde a nossa chegada a Moçambique muitos problemas foram resolvidos, em colaboração com os moçambicanos. Nas zonas onde operamos, o problema foi completamente resolvido. Mas porque os terroristas fugiram para outras áreas de Moçambique, não conseguimos chegar a todas as regiões', disse Kagame, citado na página online do jornal ruandês “The New Times.
A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) também destacou tropas para Cabo Delgado.
Kagame acrescentou que, 'Aparentemente, os terroristas fugiram para outras áreas, para além do raio das nossas operações'. Acordámos com o governo moçambicano em perseguir os terroristas até onde eles se encontram agora'. É isso que vamos fazer'
Kagame disse que todas as operações das tropas ruandesas em Cabo Delgado foram inteiramente financiadas pelo orçamento do Ruanda.
'Para que fique claro, temos vindo a aumentar as tropas desde a nossa chegada. Não há um único país ou organização que nos tenha dado sequer uma única moeda para usarmos nessas operações. É o dinheiro do nosso país que utilizamos', disse ele.
'Os parcos recursos que dispomos partilhamos com outros. Algumas pessoas disseram que nos vão apoiar; estamos à espera. Se nos ajudarem, apreciaremos isso. Deveria ter acontecido ontem, mas nunca é tarde demais para ajudar.
Queria esclarecer isso porque algumas pessoas pensam que alguém pode ter-nos enviado dinheiro secretamente. Contribuímos com os poucos meios de que dispomos e sacrificámos as vidas dos nossos filhos e as dos moçambicanos', disse o Kagame.
