Moçambique reafirma compromisso de industrialização

O Primeiro-Ministro, Adriano Maleiane, reafirmou semana finda, em Niamey (Níger), o compromisso de Moçambique promover a industrialização, dada a sua relevância para o processo de desenvolvimento.

Novembro 28, 2022 - 18:36
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Moçambique reafirma compromisso de industrialização
Adriano Maleiane

Maleiane reiterou o compromisso durante a 16ª Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e Governo da União Africana (UA), sobre a Industrialização e Diversificação Económica.


Discursando na sessão à porta-fechada que se seguiu à cerimónia oficial de abertura da cimeira, Maleiane explicou que no âmbito da industrialização o país tem vindo a implementar o Programa Nacional Industrializar Moçambique (PRONAI), que está alinhado com a agenda da União Africana, da SADC e com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

Com o PRONAI, segundo Maleiane, “pretendemos ter a indústria como elemento transformador da economia, promotora da inclusão, coesão social e da paz, rumo a um país de renda média”.


“É assim que temos vindo a implementar medidas e acções para aumentar a produção industrial nacional, privilegiando o uso da matéria-prima local, estimular a produção, comercialização, bem como contribuir para a transformação rural e gerar emprego e renda, em especial para jovens e mulheres”, disse.


A título de exemplo, o Primeiro-Ministro explicou que está em processo a implantação, com o apoio financeiro do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), um parque agro-industrial, designado Zona Especial de Processamento Agro-Industrial (ZEPA), no corredor Pemba-Lichinga, que visa promover a produção em toda a cadeia de valor agrícola e avícola, com benefícios para as famílias e comunidades das províncias de Cabo Delgado e Niassa.


“É neste contexto que reiteramos o compromisso de Moçambique em promover a industrialização dada a sua relevância para o processo de desenvolvimento dos nossos países em consonância com Agenda Africana 2063”, vincou.


Para Maleiane, que participa na cimeira em representação do Presidente da República, Filipe Nyusi, o tema escolhido para a cimeira faz jus da determinação dos líderes africanos em assegurarem a industrialização por esta ser a única forma que garante que os abundantes recursos naturais e as matérias-primas de que o continente dispõe sejam acrescidos valor localmente.


“Acreditamos que desta forma poderemos assegurar o equilíbrio das nossas balanças comerciais, o aumento das trocas comerciais intra-africanas, assim como a criação de oportunidade de emprego e renda”, afirmou.

Para alavancar a industrialização no continente, segundo defendeu, é importante assegurar a contínua inovação, melhoria do ambiente de negócios, modernização tecnológica e desenvolvimento de infra-estruturas de suporte, assim como a competitividade industrial e comercial dos países.


“Ao estabelecermos infra-estruturas de suporte `a industrialização, estaremos a criar condições para o aumento das trocas comerciais intra-africanas, assim como tornar a nossa indústria mais competitiva a nível mundial”, disse.


A par disso, segundo Maleiane, constitui igualmente um factor importante e determinante a aposta na formação de uma mão-de-obra qualificada. Isto é, dotada de conhecimentos e do saber-fazer pelo facto de ser o elemento-chave para a atracção de mais investimentos nacionais e estrangeiros para o desenvolvimento da indústria nos nossos países.


“Ao apostarmos na industrialização, estaremos a construir bases para a diversificação e transformação das nossas economias, com a participação activa das micro, pequenas e medias empresas, contribuindo, desta forma, para o desenvolvimento sócio-economico sustentável dos nossos países”, observou.


Entretanto, um novo relatório lançado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), União Africana e parceiros à margem da cimeira coloca Moçambique no grupo de nove países que melhoraram cinco ou mais lugares, na componente de adição de valor através da manufactura. Os outros oito são Djibuti, Benim, Senegal, Etiópia, Ruanda, Tanzânia, Gana e Uganda.


O relatório constata haver condições para a descolagem industrial de África, anotando que 37 dos 52 países africanos tornaram-se mais industrializados nos últimos onze anos.


Contudo, ressalva que “os países com melhor desempenho não são necessariamente aqueles com as maiores economias, mas sim os que geram um elevado valor acrescentado de produção per capita.”


O Primeiro-Ministro vai ainda intervir na sessão especial sobre o Acordo de Livre Comercio Continental.