Governo desafia HCB a ser mais competitiva no mercado
O Presidente da República, Filipe Nyusi, desafia os gestores da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) para que continuem a desenvolver acções com vista a colocar a empresa como um potencial fornecedor de energia em Moçambique e na região.
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O facto de a empresa estar a gerar lucros, segundo o estadista, não deve ser motivo para distracção por parte dos gestores da HCB, porque as empresas produtores de energia a nível regional também estão a investir. Por isso, urge trabalhar no sentido de a HCB continuar a ser mais competitiva.
O governante recomenda a HCB para que se mantenha na dianteira e de forma particular, a contribuir para aceleração do plano do governo que é de prover o acesso universal de energia para os moçambicanos até finais de 2030.
“Aos gestores da HCB, queremos uma HCB que cresça e se posicione estrategicamente num mercado nacional e regional cada vez mais competitivo”, disse Nyusi este domingo (27), na vila de Songo, província central de Tete, durante a gala dos 15 anos de reversão da HCB para o Estado moçambicano.
“Deve ser um dos principais actores para a consolidação da intenção do país, de ser tornar num 'hub' de energia regional tendo por base o potencial da nossa matriz energética”, acrescentou.
Recomendou aos gestores para não se acomodarem e pensar que detêm o monopólio e que podem facilmente vender energia a todos os países vizinhos.
Nyusi adverte que os países da região não estão parados, o que significa que o mercado pode um dia vir a escassear.
Para uma melhor gestão dos recursos financeiros, Nyusi exige dos gestores da HCB a estrita observância das regras contabilísticas, passando sempre por auditorias independentes, para evitar actos de corrupção e outras práticas contrárias a boa gestão.
Com vista a incrementar o leque de accionistas, segundo o estadista, em 2017 a HCB disponibilizou, quatro por cento das suas acções, o que permitiu a entrada de cerca de 17 mil novos accionistas anónimos na estrutura da empresa, aumentando o número de inscritos na Bolsa de Valores de Moçambique (BVM).
“São notáveis os benefícios da reversão em prol da economia. Esta vossa decisão serviu como uma clara demonstração de que é possível a inclusão de moçambicanos nos empreendimentos de grande envergadura financeira e viáveis sem olhar para determinados atributos, como a religião, raça e filiação partidária”, anotou.
Segundo o Chefe do Estado, pela primeira vez, em Abril de 2011, a empresa fez a distribuição dos dividendos aos accionistas.
Em relação a acções de responsabilidade social, Nyusi recomendou para a adopção de critérios rigorosos na concessão de patrocínios para várias acções, com destaque para as áreas de saúde, educação, desporto, entre outras.
“Eu chamei atenção ao PCA, e também aos meus compatriotas. Muitas vezes há um sentimento de que HCB tem muito dinheiro e todos querem pedir patrocínio. Eu não quero falir esta empresa”, disse.
Nyusi fez questão de frisar que a HCB pode atribuir patrocínios, mas sem prejuízo para a robustez da empresa.
A reversão da HCB teve lugar em Novembro de 2007, e foi testemunhada pelo antigo estadista moçambicano, Armando Guebuza e o primeiro-ministro português, José Sócrates, passando a ser gerida totalmente pelos moçambicanos.