TotalEnergies adia novamente projecto de GNL de USD 20 mil milhões em Moçambique
A TotalEnergies anunciou um novo adiamento no seu projecto de gás natural liquefeito (GNL) em Moçambique, avaliado em 20 mil milhões de dólares, devido a preocupações contínuas com a segurança e a instabilidade política no país. A informação foi divulgada pela Financial Times e confirmada pela empresa.

Lançado em 2020, este projecto representa o maior investimento directo estrangeiro em África. Contudo, em 2021, após ataques insurgentes em Palma que resultaram na morte de dezenas de pessoas, a TotalEnergies declarou "força maior" e suspendeu as operações. Desde então, a empresa tem monitorizado a situação de segurança, mas novos atrasos foram provocados pela escalada de violência pós-eleitoral em Moçambique, que, segundo a Financial Times, já causou mais de 350 mortes e paralisou actividades económicas na região.
Originalmente, a TotalEnergies planeava retomar o projecto até ao final de 2024, com o início da produção previsto para 2029. No entanto, a deterioração da segurança em Cabo Delgado, apesar dos esforços conjuntos das forças moçambicanas e ruandesas, mantém o projecto suspenso. A empresa destacou que a restauração da segurança, do acesso a serviços básicos e da estabilidade na região é essencial antes de retomar as operações.
Adicionalmente, o projecto enfrenta incertezas financeiras. Um empréstimo de 4,7 mil milhões de dólares destinado ao financiamento do projecto foi congelado após a declaração de "força maior", e o Reino Unido anunciou a cessação do apoio financeiro a projectos de combustíveis fósseis, afectando directamente o desenvolvimento da Bacia do Rovuma, onde está localizado o projecto.
A TotalEnergies detém uma participação de 26,5% no desenvolvimento da Bacia do Rovuma, que tem uma capacidade estimada de produção de 13 milhões de toneladas de GNL por ano. Este projecto é visto como uma das maiores apostas da empresa para garantir fontes de GNL até 2030.
A empresa reafirmou o compromisso com o projecto em Moçambique, mas enfatizou que o progresso depende de melhorias significativas na segurança e na estabilidade política.