Covid: novos estudos voltam a apontar Wuhan como epicentro da doença

Cientistas dizem haver "evidências convincentes" de que o mercado de frutos do mar e vida selvagem de Huanan, na cidade chinesa de Wuhan, foi o epicentro do surto de covid-19.

Agosto 4, 2022 - 20:37
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Dois estudos publicados na última terça-feira (6) reexaminam as informações do surto inicial na cidade chinesa e concluem que existe uma "forte associação" entre surto inicial e venda de animais vivos em mercado, dizem cientistas.

 

Um dos estudos mostra que os primeiros casos conhecidos surgiram no mercado e suas proximidades, e o outro usa informações genéticas para entender a cronologia do surto.

 

E isso sugere que houve duas variantes introduzidas em humanos em Novembro ou início de Dezembro de 2019.

 

Os pesquisadores dizem que há evidências de que o Sars-Cov-2 estava presente em mamíferos vivos que foram vendidos no mercado de Huanan no final de 2019 e o vírus foi transmitido para pessoas que estavam a trabalhar ou a fazer compras.

 

Um dos pesquisadores envolvidos, o virologista David Robertson, da Universidade de Glasgow, na Escócia, citado pela BBC News, espera que os estudos corrijam o histórico falso de que o vírus veio de um laboratório.

 

Sobre a controvérsia do epicentro da pandemia, dois anos de esforço científico para entender o vírus que causa o covid-19 deram aos cientistas uma nova perspectiva.

 

Sendo que, permitiu que entendessem um enigma importante sobre os primeiros pacientes, das centenas de pessoas hospitalizadas com covid-19 em Wuhan, apenas cerca de 50 tinham uma ligação direta e rastreável com o mercado.

 

"Foi realmente intrigante que a maioria dos casos não tivesse ligação com o mercado", diz o professor Robertson. "Mas sabendo o que sabemos agora sobre o vírus, é exatamente o que esperávamos, porque muitas pessoas ficam apenas levemente doentes, então elas estão na comunidade transmitindo o vírus para outras pessoas mas fica difícil conectar os casos graves a eles." Vincou.

 

“isso corrobora a ideia de que o mercado foi o epicentro da epidemia,” diz o professor Michael Worobey, principal autor do estudo e biólogo da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.

 

Segundo ele, os vendedores foram os primeiros infectados e desencadearam uma cadeia de infecções entre os membros da comunidade na área ao redor.

 

Refira-se que, nos últimos dois anos, a busca pela origem da pandemia mortal deixou de ser uma investigação científica e virou uma disputa política.

 

Uma das polêmicas internacionais mais violentas, principalmente entre políticos nos EUA e na China, era uma teoria de que o vírus poderia ter vazado de um laboratório do Instituto de Virologia de Wuhan.