Daniel Chapo lança campanha em Sofala com discurso de superação e empatia
O candidato presidencial da FRELIMO, Daniel Chapo, iniciou hoje a sua campanha eleitoral na cidade da Beira, capital provincial de Sofala, marcando o início de uma maratona de 45 dias de campanha.
O evento, que ocorreu no campo do Ferroviário da Beira, localizado na Manga, um dos bairros mais populosos da cidade, atraiu uma multidão significativa, composta por membros, simpatizantes e cidadãos da comunidade local.
Daniel Chapo, que é apoiado pela FRELIMO, partido no poder em Moçambique, emocionou o público com o relato da sua história de superação, uma narrativa que ressoa profundamente com as experiências de muitos beirenses e das populações mais desfavorecidas do país.
Com a presença de figuras seniores da FRELIMO, incluindo o presidente do partido e chefe de Estado, Filipe Nyusi, Chapo apresentou-se como um candidato que compreende profundamente os desafios enfrentados pela nação, baseando a sua campanha na experiência pessoal de superação de adversidades.
Num discurso que tocou o coração do eleitorado, Chapo destacou o seu conhecimento prático das dificuldades que os cidadãos moçambicanos enfrentam, afirmando que a sua vivência em Inhaminga, Sofala, o moldou para entender o sofrimento de muitos.
Nascido numa família pobre, Chapo relatou como viveu em cativeiro durante dois anos durante a guerra civil, e como lutou contra todas as adversidades até se tornar um funcionário público de renome em vários sectores.
"Eu sou moçambicano. Nasci aqui em Sofala, cresci, trabalhei e continuo a trabalhar para o povo e sou do povo", afirmou Chapo, arrancando aplausos da multidão.
Ele destacou que o seu percurso de vida, marcado por privações e desafios, é o que alimenta a sua determinação em trabalhar para o desenvolvimento de Moçambique e melhorar a vida dos cidadãos.
Chapo sublinhou que, durante a sua infância e juventude, enfrentou a fome e percorreu longas distâncias a pé, muitas vezes sob condições adversas, para alcançar os seus sonhos.
"Sei o que é sofrimento, já sofri e passei pelo que a população passa", reforçou, lembrando o período em que fugiu a pé do cativeiro, atravessando de Inhaminga até Dondo, dormindo na floresta sob chuva e frio.
A sua história de vida, segundo ele, é a força motriz que o guia e que molda a sua visão para Moçambique, baseada numa profunda empatia pelos problemas dos outros.
Chapo afirmou que a sua candidatura é um compromisso de serviço ao povo, prometendo aos beirenses que, se eleito, será um servo abnegado e focado na resolução dos principais problemas do país, com uma compreensão profunda adquirida através das várias funções que desempenhou ao longo da sua carreira.
Falando para uma audiência composta maioritariamente por jovens, Chapo reconheceu os desafios enfrentados pela juventude moçambicana, incluindo o desemprego, a habitação e a educação.
Ele afirmou que o sector agrário é uma das soluções concretas que tem para resolver o problema do desemprego em Sofala, prometendo mecanizar a produção agrícola e atrair investimentos para o desenvolvimento da indústria transformadora do agronegócio, criando assim novos postos de trabalho.
A cidade da Beira, e a província de Sofala em geral, são territórios altamente disputados pelas principais forças políticas de Moçambique, nomeadamente a FRELIMO, a RENAMO e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
Nesta mesma linha, o MDM também escolheu Sofala para dar início à sua campanha eleitoral, com uma cerimónia dirigida por Lutero Simango, presidente da formação política, que também contou com uma presença significativa de apoiantes.