Itália aponta a china como sua rival em África
(AGI) Maputo – O Ministro italiano de comércio, Adolfo Urso, admitiu semana passada, durante uma visita de trabalho a República da China, que aquele país asiático “é nossa rival em África”, assumindo que a Itália com o seu “Plano Mattei” poderá competir com o gigante asiático no continente africano.
O governo italiano considera que é o “momento certo” para criar parcerias tecnológicas e industriais com empresas chinesas, que servirão nomeadamente de base para futuras “plataformas de produção” no domínio da mobilidade verde e eléctrica.
No entanto, Pequim continua a ser um “rival em África”, onde a Itália com o seu “Plano Mattei” canalizará os seus recursos, os da UE e os do G7, para projectos concretos que estimulem o crescimento do continente.
Esta foi a mensagem dirigida aos meios de comunicação pelo Ministro dos Negócios e “Made in Italy”, Adolfo Urso, durante a sua missão oficial em Pequim.
A visita do ministro italiano, antecede a visita da primeira-ministra Giorgia Meloni prevista para final de julho, sendo que, nos próximos meses o Presidente da República, Sergio Mattarella, também poderá afectuar visita a China para celebrar as fortes relações bilaterais entre os dois países, em conjugação com o 700º aniversário da morte de Marco Polo.
Durante a missão, o ministro enfatizou “a importância das tecnologias verdes e da mobilidade eléctrica”, sectores em que “a China se tornou líder mundial”.
“Discutimos ‘alguns projetos’ que a empresa pretende implementar na Europa e que, esperamos, também possam ser implementados no nosso país”, explicou o ministro. “A nossa escolha de abertura aos investimentos chineses, nomeadamente nos sectores das tecnologias verdes e da mobilidade eléctrica, é estratégica”, acrescentou, lembrando as inúmeras missões técnicas já realizadas pelo Governo na China.
De acordo como o ministro italiano, a China deve ser reconhecida como “concorrente” em outras áreas. Em África, sublinhou Urso, vincando que a Itália “dialoga com todos” e está disponível para “qualquer cooperação com países terceiros”.
Obviamente, “os chineses estão muito presentes em África onde realizam a sua política, tal como outros países” e a Itália, observou o ministro, “é um país aberto a todas as formas de diálogo e colaboração em todas as áreas: temos uma visão positiva das relações, mas em alguns casos somos concorrentes e devemos ter isso em conta, enquanto noutros podemos cooperar, como já provámos em diversas ocasiões."
“Hoje a Itália está aqui” - disse o ministro - “É uma Itália que também é apreciada pelos produtos que soube produzir e acredito que isso nos permitirá desenvolver-nos ainda mais na China e também progredir juntos, em Europa, graças às parcerias industriais tecnológicas que queremos construir com eles”, acrescentou.
Por último, sobre a questão dos subsídios de que beneficiaram as empresas chinesas, tal como verificado pela Comissão Europeia, “a Itália é obviamente. a favor de um mercado livre mas justo e, portanto, esperamos poder encontrar uma solução negociada que restaure condições de mercado justas. Os direitos dos produtos - concluiu Urso - "às vezes são necessários para restaurar condições justas de mercado quando foram obviamente violados".