Geopolítica em África: EUA intensificam estratégias contra China e Rússia
Os Estados Unidos têm reforçado os seus esforços para ampliar a presença em África, numa tentativa de conter a crescente influência da China e da Rússia no continente. Durante uma visita histórica a Angola, o Presidente Joe Biden anunciou um investimento de 600 milhões de dólares no Corredor Ferroviário de Lobito, um projecto estratégico que ligará a Zâmbia, a República Democrática do Congo (RDC) e Angola. Este corredor facilitará o transporte de minerais críticos como cobre e cobalto, essenciais para a transição energética e tecnologias renováveis.
A China, já consolidada como o maior parceiro comercial de África, continua a expandir a sua presença através da Iniciativa Belt and Road. Até ao momento, Pequim investiu mais de 91 mil milhões de dólares em infraestruturas africanas, desde rodovias e ferrovias até projectos de mineração. Em 2023, apenas, o volume de investimentos chineses no continente superou os 21 mil milhões de dólares, representando cerca de 20% das exportações da região, com foco em metais e combustíveis.
Paralelamente, a Rússia tem procurado consolidar a sua influência em África através de iniciativas militares e económicas. Recentemente, Moscovo fortaleceu a sua posição em países como o Níger e a República Centro-Africana, utilizando grupos paramilitares como o Grupo Wagner para garantir acesso a recursos estratégicos e fortalecer alianças políticas.
A corrida entre as potências globais por influência em África sublinha a importância crescente do continente no cenário geopolítico internacional. Para países como Moçambique, este contexto oferece a oportunidade de negociar a partir de uma posição de força, aproveitando o interesse global para impulsionar o seu próprio desenvolvimento.
