Governo determinado a resgatar LAM
As autoridades moçambicanas estão apostadas em resgatar a companhia de bandeira nacional, Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), da grave crise que enfrenta há vários anos.
“A marca LAM tem muito valor e história no mercado nacional e internacional, pelo que tudo faremos para preservar este legado e conferir o devido orgulho à todos os moçambicanos,” disse o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, ontem, na Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, na sessão de perguntas ao governo.
Aliás, disse Magala, a LAM é a história de Moçambique. “Foi fundada em 1936 e é a quarta companhia mais antiga do mundo.”
Porém, segundo o ministro, “hoje, a LAM tem um rácio de endividamento que significa que o negócio é financiado em mais de 90 por cento através de dívidas, cifra que representa o dobro da média global.”
O ministro advertiu que se a dívida não for reestruturada a mesma vai manter a companhia aérea a gerar prejuízos todos os anos.
“No ano passado, a LAM comunicou perdas na ordem de 74,6 milhões de dólares. A empresa mantém consigo nove (09) milhões de dólares em impostos diferidos. A situação é tão grave tal que tem tido dificuldades de pagar os benefícios de pensão para o pessoal, desde 2019”, relatou.
Na componente comercial, acrescentou, a política de preços assenta-se no volume reduzido e em tarifas elevadas, “o que torna as tarifas da LAM muito caras e consequentemente elitistas.”
“Deste modo, a LAM não tem conseguido implementar a visão do governo de estimular a procura através da criação de tarifas baixas e atractivas,” referiu.
A avaliação feita concluiu que a situação da LAM “é preocupante e que sem uma intervenção adequada, pode estar à beira do colapso.”
O ministro disse que o relatório da avaliação feita apresenta três opções como soluções possíveis, nomeadamente, a liquidação, falência controlada e privatização.
“O relatório observou ainda que será difícil encontrar companhias aéreas internacionais que estejam dispostas a tornar-se em um parceiro estratégico para a LAM, dado o seu estado actual. Como que a confirmar isto contactamos companhias aéreas de reputação mundial e todas elas não mostraram interesse”, disse.
Na “extensa” pesquisa feita foi identificado o grupo de aviação Fly Modern Ark (FMA) como a melhor opção para a gestão da transição da LAM.
A FMA é uma empresa de responsabilidade limitada registada na República da África do Sul. “É uma empresa de aviação experiente com uma gama diversificada de conhecimentos de aviação”.
A actividade principal da FMA (PTY) LTD consiste em planificação de companhias aéreas; operações de companhias aéreas; consultoria comercial e financeira de companhias aéreas; avaliação certificada de aviões/ helicópteros; peritagem em manuais de operação de aeronaves/helicópteros, auditoria de controlo de qualidade de companhias aéreas, entre outras.
Em Março de 2023 foi estabelecido um entendimento para a entrada da FMA na gestão da LAM, a partir de Abril de 2023.
O acordo inclui a criação de uma equipa mista liderada pela FMA, e que integra alguns quadros da LAM para transferência de conhecimento e incremento de capacidade explicou Magala, quando questionado sobre a reestruturação das empresas do Estado, no sector dos Transportes e Comunicações, nomeadamente as empresas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e Moçambique Telecom (Tmcel).
(AIM)
