Mocímboa da Praia estável - Ministro da Defesa

(AIM) – O ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, considera que Mocímboa da Praia, um dos 17 distritos da província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, está estável e livre de ataques dos terroristas.

Junho 28, 2023 - 15:51
Junho 28, 2023 - 15:54
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Mocímboa da Praia estável - Ministro da Defesa
Ministro da Defesa

Segundo o ministro, até meados de 2021, Mocímboa da Praia era considerada a capital dos terroristas, uma vez que durante vários meses a vila foi ocupada pelos terroristas e transformada como sua principal base.


Porém, hoje o cenário é totalmente diferente, graças a ofensiva das Forças de Defesa e Segurança (FDS), apoiadas por um contingente militar do Ruanda, que conseguiram eliminar os terroristas e restaurar a autoridade do Estado.

Volvios dois anos, ainda são visíveis as várias infra-estruturas destruídas Mocímboa da Praia, particularmente o hospital distrital, que sofreu danos avultados.

Entretanto, Chume adverte que não existe garantia total, para assuntos de defesa e segurança.


“Os eventos relacionados com a segurança podem alterar de um momento para outro”, explicou o ministro, que falava em conferência de imprensa havida segunda-feira (26) e que marcou o fim da sua visita de trabalho ao Teatro Operacional Norte (TON), em Cabo Delgado.


A visita de Chume tinha como objectivo avaliar a situação de segurança, particularmente em Cabo Delgado, e esteve acompanhado de um grupo de mais de 40 jornalistas nacionais e estrangeiros.


Referiu que eventos relacionados com a segurança podem sofrer uma aliteração pela acção de apenas uma ou duas pessoas. “Basta uma pessoa com uma arma chegar e disparar no meio da população para, eventualmente, falarmos de uma situação de perturbação de segurança”.


Por isso, afirma o governante, as FDS estão a trabalhar no sentido de negar definitivamente a reedição dos acontecimentos que originaram a ocupação de Mocímboa da Praia, ou o ataque massivo que teve lugar em Março de 2021, na vila do distrito de Palma, Para o efeito, as FDS estão a trabalhar com lições aprendidas do passado.


Informações postas não oficiais postas a circular indicam que cerca de 1.500 pessoas poderão ter morrido no ataque de Palma.

 
Aliás, o terrorismo, segundo Chume, é um fenómeno que muda de táctica, de textura e, mesmo em países mais desenvolvidos, também há registo de actos terroristas.


Por isso, segundo o ministro, as FDS vão continuar a desenhar melhores soluções de segurança para vedar o acesso dos terroristas às zonas habitacionais. Para o efeito, apostam na melhoria da estabilidade através do aumento da presença de efectivos das FDS e das forças do Ruanda.


Em Palma e Mocímboa da Praia, as FDS passaram para a ofensiva para impedir a aproximação dos terroristas de aglomerados populacionais.


Questionado se face a evolução da situação de segurança a petrolífera francesa TotalEnergies poderia retomar brevemente o seu projecto multibilionário para a extracção de gás natural na península de Afungi, em Palma, o ministro escusou-se a comentar sobre o assunto.


“Não tenho informações credíveis sobre o regresso da Total, mas eu penso que puderam ver no site da Total o número de trabalhadores que estão lá [em Afungi] e o número de companhias que estão a operar, o que pode estar a indicar que, brevemente, a Total possa vir a levantar a força maior, mas deixo isso a Total para responder”, disse.


As autoridades do distrito de Mocímboa da Praia afirmam que cerca de 68 por cento da população regressou e, neste momento, encontra-se a desenvolver as suas actividades.


Segundo o ministro, é notável uma grande circulação de pessoas e com maior liberdade de Mocímboa da Praia para Palma e até Pemba, sem quaisquer restrições em termos de segurança.


Desde a sua eclosão em Outubro de 2017, os ataques terroristas já causaram mais de quatro mil mortes e forçaram mais de um milhão a procurar abrigo em locais mais seguros.


Refira-se que a restauração da segurança e o regresso das populações são algumas das condições impostas pela TotalEnergies para a retoma do seu projecto em Afungi.

(AIM)