Horas extras: Professores voltam a acusar o Governo de mentir e ameaçam não fazer horas extras neste ano lectivo

A Associação Nacional de Professores de Moçambique (ANAPRO) acusou no sábado, 6 de Janeiro, o Ministério da Economia e Finanças de veicular dados falsos na polémica sobre os atrasos no pagamento de horas extraordinárias ao sector da educação.  

Janeiro 8, 2024 - 17:41
Junho 19, 2024 - 12:49
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Horas extras: Professores voltam a acusar o Governo de mentir e ameaçam não fazer horas extras neste ano lectivo

“Este comunicado é mais uma mentira deste Governo. O documento mais se parece com os dados falsos que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) tem usado para garantir resultados positivos ao partido no poder”, declarou Isac Marrengule, presidente ANAPRO.  

Em nota distribuída na quinta-feira, 4 de Janeiro, face aos protestos de professores que reivindicam esses pagamentos, o Ministério da Economia e Finanças disse que ainda tem por liquidar mais de 87 milhões de meticais de horas extraordinárias de 2022 no sector da educação, mas detectou situações de “empolamento”.    

Desse total, segundo o Executivo, foram validados pagamentos no valor de 158,19 milhões de meticais a 5404 funcionários e foram pagos “até ao momento” 71,11 milhões de meticais a 2474 funcionários, de 137 escolas.   

Para a Associação Nacional de Professores, os dados apresentados são falsos e o Governo continua a dever 11 meseAs de horas extraordinárias, admitindo, no entanto, a existência de professores que receberam o valor referente a apenas dois meses. 

“No lugar de trazer dados fiáveis, o Ministério da Economia e Finanças volta a trazer-nos dados falaciosos. Até uma criança do ensino primário consegue ver que os dados apresentados não são reais. A soma entre o número de professores que foram supostamente pagos e o número dos que não foram é superior ao número total de professores que estão nesta situação”, declarou Isac Marrengule.   

Por isso, a ANAPRO ameaça não aceitar fazer horas extraordinárias este ano caso o problema não seja resolvido, bem como promover passeatas nacionais para exigir o pagamento.   

“Caso isto não se resolva, os professores não vão trabalhar com turmas de horas extraordinárias, nem com segundas turmas”, frisou o presidente da Associação.

TORRE