MISAU “tenta travar à greve” dos médicos
Pinto garantiu que o Executivo não está alheio à situação e procura um ponto de convergência para ultrapassar as reivindicações. Segundo Norton Pinto, o que motiva as conversações, não é a ameaça de greve, mas a necessidade de ultrapassar o diferendo.
O Ministério da Saúde (MISAU) esteve reunido na sexta-feira (07.07) com a Associação Médica de Moçambique (AMM) a fim de buscar consensos de modo a evitar a terceira greve desta classe, agendada inicialmente para hoje. A informação foi partilhada pelo Director Nacional de Recursos Humanos no MISAU, Norton Pinto, em entrevista concedida ao “Jornal Notícias” que realçou que o diálogo decorre desde o dia 06 de julho do presente ano.
No entanto, referiu que não podem ser avançados detalhes em obediência a um acordo entre as partes. Pinto garantiu que o Executivo não está alheio à situação e procura um ponto de convergência para ultrapassar as reivindicações. Segundo Norton Pinto, o que motiva as conversações, não é a ameaça de greve, mas a necessidade de ultrapassar o diferendo.
Na verdade, para Norton Pinto, o diálogo nunca cessou desde que a AMM apresentou publicamente queixas relativas ao enquadramento na Tabela Salarial Única (TSU) e melhoria de condições de trabalho, ano transacto. Segundo elucidou, existem algumas questões que ultrapassam as competências do MISAU e requerem coordenação com outras entidades governamentais.
Por outro lado, o Secretário-geral da AMM, Henriques Viola, destacou avanços nos encontros recentemente mantidos, porem, aguarda pelos passos subsequentes a serem apresentados nos próximos encontros. Caso haja satisfação das suas expectativas, a greve não vai avançar. Assinalou terem sido mantidos encontros com representantes dos ministérios da Economia e Finanças, do Trabalho e Segurança Social e MISAU.
Por seu turno, a Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), agremiação que congrega funcionários do sector da saúde a excepção dos médicos, solidarizou-se com o povo moçambicano no contexto de uma iminente greve.
Em conferência de imprensa realizada na quinta-feira passada, a Porta-voz da APSUSM, Rossana Zunguze, manifestou o comprometimento do grupo em assegurar a prestação dos serviços de saúde, a todos os níveis, caso os médicos optem por uma paralisação. Os pronunciamentos surgem depois de a APSUSM ter acordado com o Governo, há duas semanas, a extensão da suspensão da reivindicação por 60 dias.
A organização, que chegou a avançar para uma greve de quatro dias no princípio de junho último, tem reivindicações similares às dos médicos. A AMM tem cerca de 2700 membros e a APSUSM é composta por perto de 17 mil membros. (JN/IMN)