Mocímboa da Praia enfrenta nova vaga de ataques mas o Governo não comenta sobre o assunto
O distrito de Mocímboa da Praia, na provincia nortennha de Cabo Delgado, pode estar a viver uma nova onda de ataques terroristas, mas o Governo Moçambicano ainda não comentou sobre o assunto, apesar de registos de mortes queima de casas e vandalazação.
A intensificação das acções dos terroristas surge numa altura em que as tropas nacionais e estrangeiras de combatem o fenómeno reportam avanços significativos no teatro operacional norte.
E, por via disso, a multinacional petrolífera francesa Total Energies prepara seu regresso para a sua base logística de Afungi, para a retoma do projecto Mozambique LNG, interrompido por questões de segurança.
Nos últimos dias, a imprensa nacional relatou um ataque terrorista ocorrido na aldeia Chibanga, no distrito de Mocímboa da Praia que vitimou pelo menos, cinco pessoas.
Entre os mortos pelos terroristas, está um promotor de saúde, filiado a Organização Médicos Sem Fronteiras, uma agremiação humanitária que presta assistência médica em Cabo Delgado desde 2019.
Em comunicado distribuído no Domingo, os Médicos Sem Fronteiras em Cabo Delgado lamentam a morte das cinco pessoas, mas reafirma o seu compromisso em continuar a prestar assistência médica e humanitária às famílias afectadas pelo terrorismo.
Além deste ataque, ha relatos de chegada de outro grupo de terroristas, através de canoas, na última quinta-feira à Ilha de Tembuze, também em Cabo Delgado, tendo aterrorizado pescadores e saqueado produtos de comércio e outros bens da população.
O distrito de Mocímboa da Praia, foi o primeiro alvo dos terroristas, a 5 de outubro de 2017, tendo os insurgentes atacado, depois, outros pontos da província.
No total, cerca de 62 mil pessoas, quase a totalidade da população, abandonaram a vila costeira devido ao conflito que começou há seis anos, com destaque para as fugas em massa que ocorreram após a intensificação das ações insurgentes em Junho de 2020.TORRE