Nampula pode ser capital económica de Moçambique
O candidato presidencial do partido Frelimo, Daniel Chapo, despediu-se recentemente da população da província de Nampula, norte de Moçambique, retomando a sua ideia de criar capitais temáticas, sendo que esta seria a económica.
“Um dos compromissos do nosso manifesto e sobretudo do candidato é de criar capitais temáticas, isto é, colocar capitais em função do desenvolvimento de cada local”, afirmou Chapo, em comício de campanha eleitoral, na rota das eleições gerais de 09 de Outubro próximo.
Segundo Chapo, “a chamada capital do norte é, sem dúvida, um grande entreposto comercial. Por aqui passam várias estradas que dão acesso às zonas centro e sul e também ao norte, como Cabo Delgado e Niassa”.
Acrescentou que “neste debate que vamos ter sobre a criação das capitais temáticas, teremos de reflectir sobre o que vamos fazer com as cidades de Nampula e Nacala, porque têm condições para serem capitais económicas de Moçambique”.
No rol das promessas e sob fortes aplausos dos apoiantes da Frelimo que encheram o campo de futebol da zona militar para ouvir as suas propostas eleitorais, Chapo trouxe à baila o tema Nacala, como a primeira Zona Económica Especial (ZEE) de Moçambique, e apontou para a sua reactivação.
“Em Nacala vamos trabalhar para reactivar a Zona Económica Especial e a industrial, pois foram as que realmente espevitaram o desenvolvimento. Foi por ser ZEE que Nacala explodiu em termos de desenvolvimento”, concluiu.
Chapo ligou esta intenção ao problema que diz ser a maior preocupação dos tempos actuais da juventude em Moçambique, o emprego.
“Sabemos que uma das grandes preocupações da juventude é o Emprego. Por isso, para jovens, vamos fazer aquilo que fizemos em Nacala-a-Velha e Nacala, que foi trabalhar para atrair grandes empresas, sejam elas nacionais ou estrangeiras”, afirmou.
Assegurou que “temos a certeza de que com estes investimentos vamos criar emprego para os jovens, tal como conseguimos criar cinco mil em Nacala”.
“Por isso, o que vamos fazer é reactivar a ZEE”, partilhou.
Na agenda económica para Nampula, Chapo alude a agricultura como outra solução para criar emprego, uma vez que este território tem terras aráveis.
“Trabalhamos em Malema que é um distrito com terras férteis, aliás na nossa província e em todos os distritos somos capazes de produzir comida. Vamos apostar numa agricultura mecanizada e comercial”, disse Chapo.
De acordo com o candidato da Frelimo, o objectivo é trazer grandes investimentos, tal como já aconteceu no passado com a Matanuska, que foi um grande projecto de produção de banana para exportação.
Explicou que na sequência da implantação desses projectos haverá aumento da produção e produtividade, o que demandará a instalação de empresas industriais de pequeno, médio e grande porte e, por via disso, emprego para jovens, mulheres e homens.
“Isto que estamos a falar não é teoria, já o fizemos”, tranquilizou.
Um dos outros temas predilectos de Daniel Chapo é o turismo e não falhou a sua abordagem na interacção que manteve durante cerca de hora e meia, debaixo de um sol escaldante, com os membros e simpatizantes da Frelimo, alertando que em Nampula, há mais para explorar que não seja a famosa praia de Chocas Mar ou Ilha de Moçambique.
“O turismo vai continuar a ter a nossa grande atenção. Nampula é muito rica no interior e no litoral. Próximo de Nacala temos as ilhas de Cruss e Jamali, e o que vamos fazer é colocar nesses locais três coisas principais: estradas, água e energia. Com isso os investimentos irão aparecer”, afirmou com convicção.
Daniel Chapo encerrou a sua visita de campanha eleitoral de cinco dias à província de Nampula num ambiente de grande festa, afirmando sempre que se sentia em casa.
Nampula é o maior círculo eleitoral do país e os órgãos de gestão eleitoral recensearam, para as próximas eleições gerais, 3.266.882 potenciais eleitorais dos quais 531.909, só na capital provincial.