PRM e PODEMOS divergem nas abordagens sobre as manifestações

O comandante geral da polícia da República de Moçambique (PRM) Bernardino Rafael e o presidente do partido PODEMOS, Albino Forquilha, mantiveram um encontro de concertação sobre a actual situação política do país, no qual manifestaram interesse em colaborar para as marchas pacíficas agendadas para os próximos 7 dias, no entanto, o encontro foi marcado por divergência de abordagens e posicionamento sobre as manifestações.

Outubro 31, 2024 - 14:36
Outubro 31, 2024 - 17:45
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No encontro conjunto, antecedido de briefing a imprensa, o comandante geral da polícia criticou o candidato Venâncio Mondlane e o partido PODEMOS por terem convocado a manifestação, acusando de incitação a violência. 

Ainda sublinhou que devido as manifestações em curso, que iniciaram no dia 21 do corrente mês, já foram registados 58 actos de violência desde a vandalização estabelecimentos, pilhagem, até dos comandos da PRM cujas condições não são eficazes. 

Em jeito de reação, o presidente do PODEMOS, defendeu que as marchas serão feitas de acordo com os objectivos constitucionais, assegurando que seriam pacíficas 

'O que o partido PODEMOS não incentiva é a violência, mas pretendemos que haja justiça”, disse Forquilha.

Ainda instou a polícia a actuar dentro dos parâmetros aceitáveis e de respeito aos direitos humanos, tendo em conta a sua missão de garantia da ordem e tranquilidade públicas. 

“Precisamos de uma polícia que nos faça sentir que quer nos proteger, não que queira atacar um lado como aconteceu em Mecanhelas, precisamos lutar por esta justiça” disse Forquilha.

Igualmente negou o facto de a Frelimo ter ganho cerca de 195 assentos.  

O Forquilha ainda contrariou o Bernardino Rafael, realçar que a greve é um direito que assiste a todos os cidadãos, garantindo que a mesma será feita porque é um direito, entretanto de forma pacifica.

“Mesmo sem violência nós moremos, há hospitais sem medicamento, mas ninguém aprofunda isso. Mesmo em Mecanhelas as pessoas lutaram pela mudança mesmo assim foram mortos” defendeu Forquilha.

Ainda enfatizou que a sociedade sabe interpretar a constituição e sabem bem das limitações das competências da polícia. 

Passadas algumas horas desse encontro, o presidente do Podemos entendeu que a sua mensagem havia sido distorcida e chamou outra conferencia de imprensa para explicar que esta a favor da justiça eleitoral e que asv manifestações pacíficas de rua são apoiadas pelo seu partido, desde que não tenham o condão de violência. 

Na mesma senda o comandante geral da PRM pediu a população a manifestar de forma pacifica de modo que não perturbem a tranquilidade publica.

Reiterou também para que o partido use da polícia para marcha conforme usado na campanha eleitoral, assim como a não participação das crianças na greve.

De recordar que este encontro entre a PRM e o PODEMOS surge após o anúncio da marcha, pelo candidato Venâncio Mondlane que não aceita os resultados eleitorais.