Banco de Moçambique reduz taxa de juro para 16,50 por cento

O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique (BM) decidiu reduzir a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, de 17,25 para 16,50 por cento.

Fevereiro 1, 2024 - 17:13
Junho 10, 2024 - 12:30
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Banco de Moçambique reduz taxa de juro para 16,50 por cento

A decisão, foi tomada na primeira reunião ordinária do CPMO realizada esta quarta-feira, em Maputo, é sustentada pela consolidação das perspectivas de manutenção da inflação em um dígito, no médio prazo, num contexto em que a avaliação dos riscos e incertezas associados às projecções da inflação é mais favorável.

A mexida na taxa de juro já era espectável a partir do momento em que o próprio regulador desde início de ano passado 2023, vem anunciando a quada sucessiva da inflação situando se abaixo de um dígito, (5,30 em Dezembro de 2023) depois de ter estado acima de dois dígitos (12,9% em Outubro de 2022).

A decisão foi anunciada pelo Governador do banco central, Rogério Zandamela, a saída da primeira reunião ordinária do Comité da Politica Monetária de 2023.

“As perspectivas de inflação mantêm-se em um dígito no médio prazo. Em Dezembro de 2023, a inflação anual fixou-se em 5,3 por cento, após 5,4 por cento em Novembro. Esta variação decorre, fundamentalmente, da redução dos preços de bens alimentares importados, com destaque para os produtos de mercearia”, explicou Zandamela.

De acordo com o timoneiro do BM, a inflação subjacente, que exclui as frutas e vegetais e bens com preços administrados, também reduziu, após cinco meses de sucessivos aumentos.

Para o médio prazo, “consolidam-se as perspectivas de uma inflação em um dígito, reflectindo, sobretudo, a estabilidade do Metical, a previsão de queda dos preços das mercadorias no mercado internacional e o impacto das medidas tomadas pelo CPMO.”

Entretanto, o Banco alerta que a pressão sobre o endividamento público interno se mantém elevada.

“O endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 320,6 mil milhões de meticais, o que representa um aumento de 8,3 mil milhões em relação a Dezembro de 2023”, indica o documento.

Explica que a avaliação dos riscos e incertezas associados às projecções da inflação é mais favorável.

O BM destaca como possíveis factores de redução da inflação o esforço da consolidação fiscal, a menor severidade dos eventos climáticos extremos e o impacto menos gravoso dos conflitos geopolíticos sobre a cadeia logística e sobre os preços das mercadorias no mercado internacional.

“O CPMO considera estarem criadas as condições para o início de um ciclo de redução gradual da taxa MIMO, com vista à sua normalização num período de 24 a 36 meses. O ritmo e a magnitude dos próximos ajustamentos irão depender das perspectivas da inflação, bem como da avaliação dos riscos e incertezas subjacentes às projecções do médio prazo”, conclui.

A próxima reunião ordinária do CPMO está marcada para o dia 27 de Março de 2024.