Em uma semana: Ossufo Momade perde dois “duelos” contra Venâncio Mondlane

As duas primeiras posições no boletim de voto deverão ser ocupadas pelo Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), um autêntico ausente da pré-campanha, e Daniel Chapo, da Frelimo.

O posicionamento no boletim de voto é fundamental num país como Moçambique, onde o voto não é racional, havendo quem defende que, a última posição é um espaço de desvantagem e, neste quesito, em comparação directa entre Ossufo Momade e Venâncio Mondlane, o candidato da CAD ganha teoricamente vantagem.

Este posicionamento antecede igualmente um acórdão do Conselho Constitucional (CC) que rejeitou um recurso de Ossufo Momade, no qual ele impugnava o símbolo da CAD usado por Venâncio Mondlane na sua candidatura à Presidência da República.

O líder da Renamo não concorda que a coligação e o seu concorrente usem uma ave como símbolo partidário e eleitoral. Explica, também, que tal acto visa confundir o eleitorado e roubar votos da Renamo e do seu candidato.

Ossufo Momade requereu, no dia 14 de Junho, junto do Conselho Constitucional, conforme atesta o acórdão dos juízes conselheiros, a impugnação do símbolo da candidatura de Venâncio Mondlane, com o argumento de o pombo é semelhante a perdiz.

“O símbolo do candidato Venâncio Mondlane é uma ave, nomeadamente, um pombo que, feitas as devidas análises, pode conduzir a uma confusão irreparável no eleitorado, no momento da votação, pois o símbolo do ora requerente é também uma ave, concretamente uma perdiz (..)”, refere o acórdão do “Constitucional”.

O documento indica ainda que: “E não só: é que o símbolo da CAD e do candidato Venâncio Mondlane são mais recentes, daí se deduzir que foram adoptados com o fito de roubar os votos da Renamo e do seu candidato, porque como se sabe, ao dizer ´votem na ave´, ainda que se diga a espécie, pode ser difícil dizer ou identificar sobre qual ave se refere no momento do voto”, lê-se no acórdão do CC.

Refira-se que, o Conselho Constitucional recebeu um total de 11 candidaturas à presidência da República e rejeitou sete por não cumprirem os requisitos necessários.

Entre os problemas encontrados nas candidaturas rejeitadas estão fichas sem nenhuma assinatura, assinaturas sem número de cartão de eleitor, falta de reconhecimento notarial e evidências de terem sido assinadas pela mesma pessoa em vez de vários eleitores proponentes.

As eleições presidenciais vão decorrer em simultâneo com as legislativas e eleições dos governadores e das assembleias provinciais e dada a crispação pública entre os candidatos presidenciais pela Renamo e CAD, adivinha-se uma campanha eleitoral renhida.