GÁS NATURAL: há condições para a retoma em palma: Nyusi
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, diz que estão criadas condições mínimas de segurança para a retoma do projecto de exploração do gás natural liquefeito em terra (Mozambique LNG), suspenso devido aos ataques terroristas no distrito de Palma, província de Cabo Delgado, norte do país.
O Chefe de Estado aponta os avanços no combate cerado contra o terrorismo pelas forças militares conjuntas de Moçambique (FDS), do Ruanda, e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM), que tem efectuado perseguição sem tréguas aos terroristas.
O estágio de segurança em Cabo Delgado foi vincado hoje (14), em Maputo, pelo Presidente Nyusi, durante a abertura da 7ª Cimeira e Exposição de Gás e Energia de Moçambique.
Na ocasião, Nyusi apelou à retoma da TotalEnergies que ainda mantém as razões de força maior que ditaram a suspensão do projecto executado pela petrolífera francesa, depois do ataque terrorista a Palma, a 24 de Março de 2021.
O ataque ocorreu perto da base logística de Afungi onde ocorre a implantação do projecto Mozambique LNG.
“As condições de segurança em Palma estão a um nível superior do que antes do ataque. O sucesso do combate aos terroristas nos eixos Mocímboa da Praia e Palma, que contempla as vias rodoviárias de acesso ao porto, conferem uma situação de estabilidade mais elevada”, disse.
Para Nyusi, o terrorismo é um fenómeno global que exige o concerto de todos os países face a ameaça à paz e estabilidade em todo o continente e no mundo.
Salientou que graças aos esforços coordenados na região da SADC, os terroristas já se encontram em fuga, fazendo apenas ataques esporádicos.
Para além da almejada retoma o mais depressa possível do desenvolvimento do projecto concessionado na Área 01 da Bacia do Rovuma, é também expectativa do Governo moçambicano, acelerar o processo de decisão final do projecto da Área 04, com a devida revisão do plano de desenvolvimento adequado a legislação sobre o sector.
Espera-se igualmente que haja sinergias entre as áreas 01 e 04 em termos de partilha de infra-estruturas para assegurar a eficiência operacional com vista a tirar vantagens competitivas no mercado.
De acordo com o Presidente Nyusi, o mundo enfrenta hoje uma crise energética que se espelha pela crescente procura determinada pelas quebras de fornecimento de gás russo ao mercado europeu, e Moçambique, pela sua localização geográfica, configura-se como uma alternativa a concorrência do Médio Oriente, para além do seu vasto potencial energético.
A 7ª Cimeira e Exposição de Gás e Energia de Moçambique, que tem a duração de dois dias, decorre no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo, juntando representantes da indústria energética nacional e internacional para discutir políticas, desenvolvimentos de projectos, e transição energética em Moçambique.
Depois da abertura do evento, Filipe Nyusi reuniu, em privado, com representantes das petrolíferas ENI, Exxon Mobil, e TotalEnergies.