Final de mandato de Calisto Cossa marcado por gastos duvidosos de 500 Milhões: GCCC arquiva investigação por falta de evidências criminais

O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) decidiu arquivar, alegadamente por falta de evidências criminais, o inquérito sobre um alegado concurso fraudulento de 500 milhões de meticais para a aquisição de um software de gestão para o Conselho Municipal da Cidade da Matola.

Janeiro 11, 2024 - 22:19
Janeiro 11, 2024 - 22:19
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Final de mandato de Calisto Cossa marcado por gastos duvidosos de 500 Milhões: GCCC arquiva investigação por falta de evidências criminais

. Segundo informações obtidas pelo jornal Notícias, os magistrados do GCCC não identificaram indícios criminais no concurso que resultou na adjudicação de 518.503.427,42 meticais às empresas MCNET & AXIS SOLUTIONS para fornecer um sistema informático de gestão municipal.

 

Com esta decisão do GCCC, o município da Matola, liderado por Calisto Cossa, tem agora a autorização para avançar com o projecto "Concepção, Desenvolvimento e Operacionalização de um Sistema Integrado de Gestão Municipal (SIGEM)", avaliado em 518.503.427,42 meticais.

 

Várias entidades da sociedade civil pediram uma investigação e posterior anulação do concurso, alegando irregularidades. Seis meses depois, o GCCC concluiu não existir indícios de actividade criminosa. Contudo, os residentes de Matola e a sociedade em geral continuam a questionar a relevância deste projecto "SIGEM", especialmente num município com necessidades prementes na saúde, educação e infra-estruturas.

 

Actualmente, o município enfrenta carências significativas, incluindo drenagem inadequada, energia eléctrica de baixa qualidade, e acesso limitado a água potável, entre outros desafios que colocam Matola como um dos municípios mais necessitados de intervenções fundamentais.

 

Diversos grupos questionam a alocação de 500 milhões de meticais para este projecto, vendo-o como uma reforma desnecessária, especialmente considerando que a adjudicação ocorreu quase no final do mandato de Cossa.

 

Existe também a preocupação de que o novo Presidente da Câmara de Maputo, Júlio Paruque, recém-eleito, herde uma dívida substancial que poderá dificultar o início de seu mandato.