Governo espera arrecadar 11 milhões de Dólares com venda de activos da EMATUM

O governo moçambicano colocou à venda a frota de 24 embarcações da extinta Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM), esperando arrecadar, no mínimo, 11 milhões de dólares. O leilão internacional, conduzido por uma comissão liquidatária, inclui 21 atuneiros (palangreiros), destinados à pesca de atum, e três arrastões para a captura de pelágicos usados como isca.

Novembro 18, 2024 - 08:34
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Governo espera arrecadar 11 milhões de Dólares com venda de activos da EMATUM

A decisão surge após o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo decretar a liquidação da EMATUM, envolvida no escândalo das dívidas ocultas que mergulhou Moçambique numa grave crise económica. Criada com o objectivo de impulsionar a pesca e reforçar a segurança costeira, a empresa recebeu 850 milhões de dólares, mas grande parte dos fundos foi desviada, segundo acusações do Ministério Público.
O estado de conservação das embarcações, que estão ancoradas no Porto de Maputo há anos, levanta dúvidas sobre o sucesso da venda. Apenas nove das 24 embarcações foram adaptadas e operaram durante cerca de dois anos. As restantes nunca foram usadas para o propósito original e enfrentam avançado estado de deterioração, o que pode dificultar o interesse dos compradores.

A liquidação da EMATUM integra o plano do governo de finalizar, até 2024, o encerramento de quatro empresas públicas, incluindo os Correios de Moçambique, EMEM e Sociedade Malonda. Este esforço faz parte da reestruturação do Sector Empresarial do Estado, visando reduzir custos e melhorar a eficiência.

Apesar do fracasso da EMATUM, o governo estabeleceu uma nova sociedade, a Tunamar, em parceria com a empresa norte-americana Frontier Service Group, liderada por Erik Prince. A Tunamar busca retomar as operações na pesca e recuperar parte da capacidade produtiva perdida.

O governo mantém o compromisso de prosseguir com a reestruturação das empresas públicas e a monitorização das suas dívidas, mas o leilão dos activos da EMATUM é um lembrete dos desafios financeiros e operacionais que o país ainda enfrenta como consequência do maior escândalo económico da sua história.