Investigador diz que Insurgentes estão em busca da confiança da população local para recuperar logística

Os grupos armados pretendem ganhar a confiança da população na província de Cabo Delgado, e recuperar a logística, depois de terem perdido as rotas de abastecimento, defende o investigador João Feijó, numa declaração à imprensa internacional.

Janeiro 31, 2024 - 20:17
Junho 10, 2024 - 12:51
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Os últimos relatos sobre a actividade dos rebeldes que protagonizam ataques há mais de seis anos em Cabo Delgado referem que os insurgentes estão a tentar uma paz de convivência com o povo, rezando nas mesquitas e comprando produtos alimentares.

“O grupo [de insurgentes] sofreu bastante”, com a ação das Forças de Defesa e Segurança, do Ruanda e da África Austral, “talvez, por isso, tenha sentido a necessidade de recuperação da confiança das populações, para em vez de as roubar, adquirirem os produtos a preços generosos e, desta forma, garantirem uma logística de uma forma mais discreta, pela via do mercado", afirmou João Feijó, investigador do Observatório do Meio Rural (OMR), uma organização não governamental (ONG), que tem realizado muitos trabalhos sobre a guerra em Cabo Delgado.

A intensificação do combate aos rebeldes, com a chegada dos militares do Ruanda e a Missão Militar da África Austral, foram investigados no corte das linhas de abastecimento, sobretudo os apoios vindos de círculos islâmicos da vizinha Tanzânia, notou o investigador.

“Quando chegaram os ruandeses, houve uma estratégia concertada de cortar a logística aos insurgentes, conseguiram cortar o acesso à Tanzânia, houve muitos militares tanzanianos que colocaram a operar em Nangade, conseguindo cortar rotas de acesso à Tanzânia”, observou João Feijó.

Os grupos armados, sofreram, perderam ou libertaram muitos civis que estão sob cativeiro e perderam sem muitos combatentes, devido à incapacidade dos alimentos, e agora "investem" na tentativa de conquistar a população.