MANICA: Alfândegas apreendem 150 quilos de explosivos e detonadores

As Alfândegas de Moçambique apreenderam 150 quilogramas de explosivos e respectivos detonadores na fronteira de Machipanda

Junho 16, 2022 - 19:30
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As Alfândegas de Moçambique apreenderam 150 quilogramas de explosivos e respectivos detonadores na fronteira de Machipanda, província central de Manica, durante uma operação desencadeada quarta-feira.

 
O material foi importado do Zimbabwe e, em conexão com o caso, foram detidos três cidadãos, sendo dois de nacionalidade zimbabweana e um moçambicano. Os suspeitos encontram-se detidos no Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Manica.


Os zimbabweanos são militares e o moçambicano, que aparenta ser o proprietário dos explosivos é civil.


O director provincial das Alfândegas de Moçambique na província de Manica, Ulisses Tembe, explicou hoje (16) à imprensa que o material foi apreendido no interior de uma viatura.

 
O cidadão moçambicano foi detido quando tentava facilitar a entrada dos dois zimbabweanos em Moçambique com os referidos explosivos.

 
Tembe explicou que a apreensão deste material resulta de um trabalho de contra- inteligência, que envolveu várias instituições do Estado.

 
'Desconhecemos a proveniência do material e o seu destino. Foi apreendido durante um trabalho de contra-inteligência que envolveu o Serviço de Informação e Segurança de Estado (SISE) e outras entidades do Estado', afirmou.

 
Segundo Tembe, já estão em curso trabalhos de investigação para aferir a proveniência e o destino do material, numa altura em que o país é vítima de ataques dos terroristas na província de Cabo Delgado, no norte do país.


'A nossa maior preocupação é saber o destino deste material bélico numa altura em que o país está sob ameaça dos terroristas. Queremos saber se este material destina-se à exploração mineira, principalmente o ouro', referiu.

 
'Estamos perante um crime de processo fiscal. Faltou uma autorização. Existem algumas entidades a nível dos ministérios do Interior e da Defesa Nacional que autorizam a entrada no país de alguns explosivos. Esse procedimento não foi observado. Por isso, podemos dizer que estamos perante um crime'.


A fonte referiu que tendo em consideração que na província de Manica ocorre a mineração ilegal, pode-se presumir que o material se destinava a essa actividade.


Contudo, as autoridades alfandegárias prosseguem com o trabalho para apurar o verdadeiro destino destes explosivos e os respectivos detonadores.


'Pensar apenas na actividade mineira não é suficiente para nós. É por essa razão que decorrem investigações e, em momento certo, saberemos qual era o destino real deste material. Mesmo sabendo que há ocorrência de exploração mineira, continuaremos a trabalhar com os envolvidos neste crime para apurar qual grau de envolvimento de cada um dos detidos em conexão com este caso', referiu.


Entretanto, um dos detidos explicou que parte do material tinha como destino a zona de Machipanda, onde seria usado na extracção de ouro.

 
'Estou detido porque desloquei-me à fronteira de Machipanda para ajudar os meus irmãos que vinham de Zimbabwe com os explosivos para extracção de ouro. Não consegui e, por isso, estou aqui preso. Esse material não era para Cabo Delgado. Queríamos apenas usar para o garimpo', explicou.