Ossufo Momade ameaça recorrer à força face à intolerância política
O líder da Renamo e candidato presidencial para as eleições gerais de 9 de Outubro próximo, Ossufo Momade, manifestou a sua intenção de recorrer à força para responder a actos que considera como manifestações de intolerância política.
A declaração de Momade surge na sequência de um incidente que culminou com a destruição da casa de um dirigente da Renamo, o maior partido da oposição. O líder partidário expressou o seu desagrado perante o que descreve como um acto de intolerância política, que resultou no assalto e incêndio da residência de Bernardo Mário, delegado político distrital de Tsangano.
Momade afirmou que os responsáveis por este ataque pertencem a um partido adversário, suspeitando que sejam membros da Frelimo, o partido no poder. Este incidente marca o segundo ataque contra o mesmo delegado, sempre que uma comitiva de nível nacional visita a localidade de Chinvalo.
O líder da Renamo sublinhou que tais actos constituem uma grave violação dos princípios democráticos e apelou ao fim das perseguições políticas, reforçando que "Moçambique pertence a todos os moçambicanos, e não a um grupo restrito de pessoas."
Curiosamente, a ameaça de recorrer à força é feita num contexto em que, formalmente, a Renamo já não possui armas, após o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) levado a cabo em colaboração com o governo.
Outro incidente relacionado com violação dos direitos políticos ocorreu em Quissico, na província de Inhambane, onde um indivíduo foi encontrado em posse de uma pistola, sendo suspeito de planear um atentado contra Venâncio Mondlane, também candidato presidencial. Estes casos ocorrem às vésperas do início da campanha eleitoral, exacerbando as tensões políticas no país.