ANGOLA: CNE declara MPLA vencedor oficial das eleições
Estão aprovados os resultados definitivos das eleições gerais de Angola. O MPLA é o vencedor com mais de metade dos votos, depois da Comissão Nacional Eleitoral ter apreciado, em plenário, os mais de 11 mil votos reclamados. Avança a agência noticiosa angolana, Angop.
Os resultados foram anunciados pelo presidente da Comissão Nacional Eleitoral, Manuel Pereira da Silva.
O MPLA, no poder há 47 anos, venceu o escrutínio com 51,17%, conseguindo eleger uma maioria de 124 deputados para a Assembleia Nacional, com um total de 3.209.429 votos.
Segundo estes resultados finais, João Lourenço, cabeça de lista do MPLA, é reeleito presidente de Angola e terá como vice-presidente Esperança Maria Eduardo Francisco da Costa.
A UNITA, que que tem contestado os resultados das eleições de 24 de agosto, foi o segundo partido mais votado, com 43,95% e 90 deputados, obtendo um total de 2.756.786 de votos.
O Partido da Renovação Social (PRS) assume-se como a terceira força política. Arrecadou 1,14% dos votos e elege dois deputados.
Em quarto lugar surge a FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola), com 1,06% e dois assentos na Assembleia Nacional. Também com dois deputados, mas 1,02%, o PHA (Partido Humanista de Angola). A Casa-CE não conseguiu qualquer mandato.
A grande vencedora das eleições de 24 de agosto de 2022 foi, no entanto, a abstenção que foi de 55,18%. Cerca de oito milhões de eleitores inscritos nos cadernos eleitorais não votaram.
O líder da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) fez declaração ao início da noite desta sexta-feira, rejeitando os resultados provisórios da Comissão Nacional Eleitoral, os últimos revelados já com 97,03% dos votos contados.
Contestando os resultados anunciados, Adalberto Costa Júnior referiu diversos exemplos e afirmou que o anúncio de vitória do MPLA não é correto perante os dados das "atas síntese" de que o partido dispõe.
"O MPLA não ganhou as eleições do dia 24 de agosto. A UNITA não reconhece os resultados da Comissão Nacional Eleitoral", afirmou Adalberto Costa Júnior.
A declaração foi feita horas depois de se saber quer a CNE tinha rejeitado uma queixa da UNITA sobre a divulgação dos resultados porque “o requerimento foi apresentado de forma irregular” e a “fundamentação jurídica não estava de acordo com o que a lei estabelece”, explicou o porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, no final de uma reunião plenária extraordinária.