Banco de Moçambique mantém taxa de juro em 17,25 por cento
O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu manter, pelo sexto mês consecutivo, a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 17,25 por cento.
O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu manter, pelo sexto mês consecutivo, a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 17,25 por cento.
A decisão foi tomada na reunião ordinária do CPMO realizada no dia 29 do mês em curso, em Maputo.
O Banco de Moçambique (BM) explica que a decisão é sustentada pela manutenção das perspectivas de uma inflação de um dígito, no médio prazo, não obstante a materialização e agravamento de alguns riscos associados às projecções de inflação, com destaque para a ocorrência de desastres naturais e o aumento da pressão sobre a despesa pública.
“A nível interno, destacam-se as incertezas em relação aos impactos dos recentes choques climáticos sobre os preços de bens e serviços, no curto prazo, assim como ao aumento da pressão sobre a despesa pública. Na envolvente externa, destacam-se as incertezas relativamente aos efeitos da volatilidade nos mercados financeiros globais e do prolongamento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia”, refere o comunicado.
O Banco Central anota ainda que, em Fevereiro de 2023, a inflação anual acelerou de 9,78 para 10,30 por cento, a reflectir, sobretudo, o incremento dos preços dos bens alimentares em face da ocorrência de choques climáticos, e o aumento dos preços dos bens e serviços administrados.
Entretanto, a inflação subjacente, que exclui as frutas e vegetais e bens administrados, manteve-se estável.
“Para o médio prazo, mantêm-se as perspectivas de inflação de um dígito, decorrente do impacto das medidas tomadas pelo CPMO, da estabilidade cambial e da tendência de redução dos preços das mercadorias no mercado internacional”, garante.
O BM prevê um crescimento económico moderado e estas perspectivas reflectem, sobretudo, a prevalência de condições financeiras globais mais restritivas, resultando numa menor expansão da actividade económica global e consequente redução dos preços internacionais das mercadorias de exportação.
“Excluindo os projectos energéticos em curso na Bacia do Rovuma, prevê-se um crescimento do produto interno bruto ainda mais lento, devido, essencialmente, ao impacto dos recentes choques climáticos sobre a produção agrícola e diversas infra-estruturas”, observa.
Uma das grandes preocupações tem a ver com o facto de a dívida pública interna ter se agravado.
Com efeito, o endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 301,3 mil milhões de meticais (um dólar vale pouco mais de 63 meticais), o que representa um aumento de 26,1 mil milhões em relação a Dezembro de 2022.
“O CPMO continuará a monitorar a evolução dos riscos e incertezas associados às projecções de inflação, e não hesitará em tomar as medidas correctivas necessárias”, assegura.
A próxima reunião ordinária do CPMO está marcada para 31 de Maio próximo.