Banco Mundial diz que crises actuais podem baixar crescimento económico para 1.9% em 2022
O Banco Mundial diz que os actuais choques à economia moçambicana, principalmente decorrentes do conflito Rússia-Ucrânia podem reduzir o crescimento económico do país em 2022.
Em relatório “Actualidade Económica de Moçambique: Melhorando o Apoio Agrícola 2021”, apresentado esta Quinta-feira (23), o Banco Mundial diz que os actuais choques à economia moçambicana, principalmente decorrentes do conflito Rússia-Ucrânia podem reduzir o crescimento económico do país em 2022.
“A média de crescimento é estimada em 5.7% entre 2022 a 2024, reflectindo a recuperação global e desenvolvimentos nas áreas de extracção do Gás Natural Liquefeito (GNL) e da agricultura. Contudo, os riscos são significativos: novas ondas da Covid-19, catástrofes naturais, instabilidade no Norte do país e o conflito Rússia-Ucrânia. A materialização desses riscos pode reduzir o crescimento económico para 1.9% em 2022 (de uma estimativa de 3.8%) e, para 4.2% em médio a médio prazo”, refere o Relatório.
Entretanto, para garantir a robustez e continuidade da recuperação num contexto de consideráveis riscos e desafios, o Banco Mundial adverte ao Governo moçambicano a tomar medidas urgentes, tais como, o prosseguimento de reformas que vão permitir criar espaço fiscal (com destaque para a implementação da Tabela Salarial Única, reformas no Imposto sobre o Valor Acrescentando) e consolidação de reformas em curso, no Sector Empresarial do Estado, no saneamento da dívida pública, entre outras medidas.
A médio prazo, o Banco Mundial exorta o Executivo a estabelecer objectivos fiscais e um quadro institucional para gerir a riqueza do GNL, bem como criação de condições para melhorar a notação de crédito de Moçambique.
A longo prazo, aquela instituição financeira mundial adverte para a redução de vulnerabilidades macroeconómicas, apostando no crescimento diversificado, interligações sectoriais, substituição de importações-base.
O Banco Mundial defende ainda que, a longo prazo, o Governo crie condições para o desenvolvimento de um sector privado robusto incluindo os serviços de base, como Tecnologias de Informação e Comunicação, Transporte e Logística. Por fim, a instituição exorta o Governo a desenvolver uma agricultura comercial e estímulo à transformação económica.