Banco de Moçambique pondera ajustar política monetária para estabilizar os preços

O governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, admite ajustar a política monetária adoptada no último ano, face à contenção no aumento dos preços, segundo uma carta dirigida ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Janeiro 25, 2024 - 14:16
Junho 13, 2024 - 10:40
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"Com a inflação agora de volta ao centro do intervalo da meta, o Banco de Moçambique vai monitorizar cuidadosamente a necessidade de ajustar a política monetária para continuar a cumprir o seu mandato de estabilidade de preços", lê-se na carta derida ao FMI.

Na mesma carta, com data de 19 de Dezembro e que integra a terceira avaliação e aprovação do programa de Facilidade de Crédito Alargado (ECF, na sigla em inglês), concluído este mês pelo FMI, o governador do banco central recorda que em Março de 2022, quando a inflação "ainda estava abaixo das metas", a instituição reagiu a um "aumento esperado" dos preços e face ao "impulso económico após o levantamento das restrições relacionadas com a Covid-19".

Essa reação implicou o aumento da taxa directora ( taxa MIMO) em 200 pontos de base, de 13,25% para 15,25%, seguindo-se em Setembro de 2022 novo aumento na mesma proporção.

"Ao fazê-lo, a política do Banco de Moçambique visava prevenir proativamente os riscos" com as expectativas de inflação no curto prazo, "evitando ao mesmo tempo o comprometimento da recuperação da procura".

"A continuação da consolidação orçamental é importante para reduzir as necessidades de financiamento e conter as vulnerabilidades da dívida pública. Com expectativas de inflação bem ancoradas, consolidação fiscal em curso e o fraco crescimento do sector não mineiro, uma flexibilização gradual da política monetária é justificada", considerou por sua vez o FMI na aprovação da terceira avaliação ao ECF.

O governador do Banco de Moçambique afirmou, em Novembro, que a actual desaceleração na inflação resultou da "postura restritiva da política monetária" adoptada nos últimos meses pelo banco central, mas sublinhou que "prevalecem elevadas incertezas".